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quarta-feira, 12 de outubro de 2022

CNBB aciona seu gabinete político, mas silencia sobre ataques à igreja (veja o vídeo)

Quarta, 12 de Outubro de 2022



Três dias após o presidente Bolsonaro participar das comemorações do Círio de Nazaré, a CNBB, através de seu presidente, Walmor Oliveira de Azevedo, emite nota fazendo conjecturas sobre participação de políticos sob o espectro da exploração da fé e da religião. (Leia a nota no final desta coluna). É só coincidência, né? Ah, a nota foi publicada nas principais mídias do Consórcio de Imprensa também!

Mas não há uma só linha sobre o ataque sofrido pela igreja de São Mateus na cidade de São Mateus do Sul/PR, no dia 10 de outubro. Nada, nada, nada!!! E não se pode dizer que não tinham conhecimento do ataque, acontecido no dia anterior. Quebraram 28 imagens santas da igreja construída em 1926.

Veja as imagens: 

O bispo Walter Jorge Pinto, emitiu nota, onde acena com o pesar, mas, literalmente, atribui isso ao ódio. Em certo trecho escreve: "... todo tipo de conflito por meio do ódio que vai dividindo as pessoas, sobretudo usando as redes sociais, levando-os àquela divisão que só faz crescer o mal, que separa as pessoas, que não permite o diálogo..." Não é exatamente a narrativa esquerdista? A pergunta é: porque não vai direto ao cerne da questão? Ou seja, essas ações são oriundas da esquerda. Ponto! Ele, como bispo, sabe disso, afinal participa da CNBB, e nós sabemos o que sai de lá.

Antes do 1º turno, a CNBB publicou uma matéria, em seu sítio, sob o título “CONJUNTO DE INICIATIVAS FORTALECE PARTICIPAÇÃO NAS ELEIÇÕES 2022 E REFORÇA A POLÍTICA COMO EXPRESSÃO DA CARIDADE.

Resolvi ler a matéria...

Nela, o discurso, também coincidente, narra algumas situações bem próximas daquilo que entendemos como viés ideológico desta instituição. Lembrando que a CNBB nada tem a ver com o Vaticano, muito menos faz parte da estrutura de poder da Igreja Católica.

Na matéria, que aborda especificamente as eleições gerais deste ano, citam cidadania, participação dos católicos no processo eleitoral, justiça social, enfim, tudo isso que sabemos onde desemboca...

Mas o que chamou minha atenção foi a apresentação de programas e projetos bem direcionados, e que certamente, atestam o intuito da CNBB. De cara apresentam o Projeto Encantar a Política. Na capa do caderno observamos a figura do Papa, uma maioria negra e mestiça, uma indígena, uma criança, uma muda de planta, uma urna, o livro da constituição, um megafone e a palavra democracia, em destaque. A bandeira do Brasil, discreta. Bem casual...

Em seguida, apresenta a campanha “Eu voto pela Amazônia” (bem apropriado para os discurseiros progressistas), uma série chamada Papo de Jovem: Juventude & Política (recentemente o sistema que quer tomar o poder no Brasil patrocinou a campanha pelo voto dos jovens, inclusive, com a participação do TSE, lembram?) e disponibilizou o curso “Fake News, Religião e Política” (olha o Fake News aí, gente!!! O motorzinho que impulsiona atos militantes da nossa justiça).

E por fim lançou a Cartilha de Orientação Política 2022, inspirada na Fratelli Tutti (Todos irmãos), carta encíclica do  Papa Francisco. Nesta cartilha quer transmitir que são apartidários e sem vínculos ideológicos. E é aqui que mora o perigo e a mentira.

Muitos hão de recordar que a igreja se pronuncia politicamente desde sempre (descoberta do Brasil), e trazendo para nossos dias, já escutamos declarações, pouco antes das manifestações de 7 de setembro de 2021, como “Não se deixe convencer por quem agride os poderes legislativo e judiciário.” (Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB), claro, alude ao executivo. E quem é do executivo, no caso? Na 58ª Assembleia da CNBB, em abril de 2021, bispos criticam, com indiretas ao governo, com frases como “discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de Direito”. E o arcebispo Orlando Brandes, aquele que discursou no dia 12 de outubro de 2021 (Nossa Senhora Aparecida), e na homilia soltou um “Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”? Ele é o mesmo que disse, em 2019, “a direita é violenta, é injusta. Estamos fuzilando o papa, o Sínodo, o Concílio Vaticano II”. Nada mais incisivo!!!

Ainda podemos citar o patrocínio que a CNBB dá ao Grito dos Excluídos, campo fértil para participação do PT e do MST, por exemplo. E o que dizer da participação da pastora Luterana, Romi Bencke, Secretária-Geral do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), defensora declarada do aborto e da ideologia de gênero nas escolas, que a CNBB abriu espaço para liderar Campanhas da Fraternidade em 2021?

Ora, ora... CNBB, CNBB, a quem mais quer enganar? Enquanto isso, o Núncio Apostólico no Brasil, este sim, embaixador da Santa Sé no Brasil, representante oficial da Igreja Católica, Dom Giambattista Diquattro, fica no silêncio, e quase ninguém sabe quem é. Só uma palazinha sobre ele... 

O portal Church Citizen’s Voice (Voz dos Cidadãos da Igreja) afirmou que Giambattista Diquattro não foi transferido da Índia, mas “despachado” de lá. Em um artigo assinado por um dos grupos da comunidade católica, ele é acusado de não cumprir suas tarefas como embaixador da Igreja Católica, inclusive, envolto na proteção de bispos corruptos.

Leia a nota na íntegra:

NOTA DA PRESIDÊNCIA

 

“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)

Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.

Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo 

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Primeiro Vice-presidente da CNBB

Dom Mário Antonio da Silva

Arcebispo de Cuiabá (MT)

Segundo Vice-presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Articulista

@ssicca no GETTR

Fonte: Jornal da cidade Online

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