Sábado, 13 de Junho de 2020
Jair Bolsonaro
Bolsonaro é a antítese do politicamente correto que fomos convencionados a aceitar como linguagem única. Em tese, ele seria um cavalo paraguaio na disputa presidencial, por defender pautas divergentes da agenda proposta pelo oligopólio da elite de pensamento do país, enviesado pelo marxismo cultural. Contudo, ele ganhou a eleição e, efetivamente, é a síntese do que o Brasil precisa. E por quê?
Seria pelo combate a maior epidemia do país, que é a corrupção, ou pelo liberalismo na economia em um cenário de três anos de recessão? Todos esses aspectos têm valor, mas o presidente é imprescindível por ser uma tentativa factível de reformular os atuais diretores da nossa consciência.
Nos últimos 40 anos, o País passa por uma enorme engenharia social, com transformações nos costumes, valores, tradições, pensamentos e instituições. Tudo isso está associado à mudança dos diretores da consciência, que são os atores sociais que têm um peso avassalador na formação da nossa opinião e do contato que temos com a realidade.
A família, a Igreja (valores morais judaico-cristãos), os veículos de comunicação de massa, a educação formal e os instrumentos culturais (literatura, filmes, novelas) são os principais motores da nossa consciência e moldam facilmente o nosso pensar e agir.
A família e o cristianismo deixaram de ser os protagonistas neste cenário e estão no paredão, sangrando como um animal abatido. São atacados deliberadamente pelos outros atores, que por serem reféns de interesses econômicos e ideológicos, são os mais vulneráveis à desonestidade intelectual e os menos interessados na formação responsável.
O governo Bolsonaro é importante porque busca reformular esses diretores de consciência que atualmente falseiam a realidade, panfletando ideologias "bonitinhas", mas canalhas, entupidas de interesses e vazias de responsabilidade.
Quebrar esse paradigma é um trabalho homérico. Por mais que se mude a concepção de Estado, as décadas de influências do itinerário marxista na educação, mídia e cultura formaram camadas profundas na nossa sociedade e refletem, muitas vezes inconscientemente, nos posicionamentos de pessoas que têm razoável conhecimento, bagagem cultural e referência histórica.
Educação que se ancora na doutrinação
A educação se tornou um porta voz por excelência da esquerda. O ensino virou um ato político, onde professores, voluntariamente ou sem perceber, militam por um pensamento único de esquerda e formam alunos para serem cães adestrados e, assim, repercutirem nas suas realidades essas convicções.
Essa esquerda não é necessariamente a de partido políticos, mas a de valores e pensamentos que têm a base filosófica em Engels e Marx, traduzida por Antônio Gramsci e Herbert Marcuse. Nesse contexto, a revolução retira o olhar da luta de classes para colocá-lo na cultura, na educação, na mídia. Logo, todos nós temos, em menor ou maior grau, influências desse modelo de esquerda.
Portanto, absorver conhecimento nas escolas e universidades é algo coadjuvante. Estes espaços priorizam sutil e sistematicamente a erotização nas suas várias formas, a militância política, a liberdade sem responsabilidade, o culto à antivirtude, o repúdio à cristandade, a crítica cega e mal fundamentada e o aprendizado técnico. Esta última característica é a parte essencialmente do conhecimento, e mesmo nela é visível uma condecoração, com raras exceções, aos aspectos pragmáticos e não a uma conduta de verdadeira reflexão.
Atualmente fazemos operários, formamos profissionais e ideólogos, não seres que conseguem fazer abstrações complexas ou mesmo interpretar textos simples. O Brasil é o penúltimo país no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e a universidade melhor colocada na lista da revista britânica Times Higher Education (THE) não está entre as 250 melhores. Esses dados são reflexos de uma educação que esqueceu de ensinar e se ancora na doutrinação.
A mídia e as manifestações culturais também são alimentadas pelo imaginário torto da esquerda e são importantes maestros desta orquestra deslocada do real e aficionadas por narrativas esquizofrênicas. Fazem apologia ao politicamente correto, que sufoca a lucidez de pensamento; dos direitos humanos que prioriza o marginal; da destruição de valores conservadores, que é majoritário no Brasil; e da defesa dos direitos às minorias, mas omitindo seus deveres e apenas usando-os como disfarces para fins diversos e perversos.
Defesa dos valores cristãos
Oposto a isso, o atual governo enaltece a importância da família e dos valores cristãos, que foram decisivos na construção das estruturas sociais e de valores morais que formaram a civilização ocidental. Sem esses dois elementos, fortes e vigorosos, o mundo tal como conhecemos não estaria de pé. Eles são os atores mais legítimos, confiáveis, apesar de não estarem imunes a desvios e excessos.
Dessa forma, o voto em Jair possibilitou um tentativa de reformular essa engenharia social maldosa, que estava literalmente nos engolindo. Esse é o único caminho para sairmos desse deserto político, moral e intelectual em que vivemos. Mas não nos enganemos, décadas serão necessárias para equilibrar as correntes conservadoras e progressistas no Brasil, por isso a atenção deve ser dada menos às notícias do dia e mais ao projeto de País.
Jornalista
Fonte: Jornal da Cidade Online