Sábado, 08 de Novembro de 2014
por Elizabeth Lopes l Estadão Conteúdo
Foto: Agência Brasil
O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, reiterou a importância de seu partido neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e, em entrevista ao jornal Destak, disse não ter dúvidas de que a legenda ocupará posições de destaque no governo, compatíveis com o seu tamanho. "Não somos aliados do governo, somos o governo", disse Temer, em entrevista ontem ao jornal. O perfil oficial do vice-presidente no Twitter divulgou os principais trechos da entrevista na tarde desta sexta-feira, destacando o papel da sigla no novo mandato de Dilma e dizendo que, na disputa pela presidência da Câmara, se tiver um candidato, mesmo do PMDB, que se coloque contra o governo, ele estará se colocando contra ele próprio, que é vice-presidente da República. Indagado se o partido continuará com os cinco ministérios, Temer disse que a decisão é da presidente Dilma. "Ela terá sensibilidade para verificar o tamanho do PMDB e o que entrega ao PMDB. Não por ser um partido aliado, mas por ser um partido que está no governo. Agora, se serão cinco, seis, sete, quatro, é uma coisa a ser decidida. O que é importante é que o PMDB possa participar da formulação das políticas públicas do País", disse, citando as áreas da educação, saúde, política econômica e cultura. Ao falar da proposta de reforma política, o vice-presidente da República disse que esta é uma decisão do Congresso Nacional, por meio de consulta popular, seja de plebiscito ou de referendo. Sobre as diversas correntes que seu partido abriga, algumas contrárias ao próprio governo, Temer disse que isso é natural e legítimo e repetiu o discurso da presidente Dilma Rousseff sobre a importância do diálogo. "O que faço como presidente do PMDB e vice-presidente da República? Tento compor estes interesses. Como você compõe? Primeiro o diálogo. Você tem de conversar muito. Na democracia, você tem de conversar. E saber, especialmente, ouvir." A respeito do imbróglio para a presidência da Câmara, que está opondo seu partido ao PT, em razão da candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer disse que é preciso esperar os acontecimentos. Questionado se apoiará o correligionário, foi taxativo: "Eu só posso apoiar se não ficar na oposição, se tiver um candidato, ainda que seja do PMDB, que se coloque contra o governo, ele está se colocando contra mim, que sou vice-presidente da República."