Quinta, 22 de Dezembro de 2022
Roteiristas e autores rejeitaram a proposta e alegam que seria impossível sobreviver da profissão somente por obra no ar.
- Se um autor trabalhar em torno de seis meses numa sinopse de novela e a Globo, ao analisar, não aceitar o projeto? O profissional trabalhou de graça. Como ele vai pagar suas contas? Como vai se sustentar? A única opção é ele criar uma outra história e ter a esperança da emissora aceitar. Esse modelo é impraticável - desabafou um autor ao "NaTelinha", do UOL.
Já a Globo, rebate e diz que há anos vem fazendo alterações na forma de trabalho e que está cortando gastos.
Com as cartas na mesa e vendo que a situação só tende a piorar, os autores resolveram enfrentar a direção e também cobrar outras reivindicações antigas, como pontos em remuneração e direitos autorais nas plataformas digitais.
O documento será entregue em algumas semanas e, caso os dois lados não entrem em acordo, é possível que a classe inicie uma greve.
Esta não é a primeira vez que a Globo se indispõe seriamente com funcionários. Entre o final de 1986 e o início de 1987, a emissora teve uma imensa briga com o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Rio de Janeiro. A entidade cobrava obediência ao limite máximo de horas diárias de trabalho para seus afiliados, mas a empresa continuava ignorando os apelos. Assim, foi convocada uma greve que durou três meses e, durante esse período, por pouco, as novelas das 18 horas não terminaram de vez.
Enquanto reunia com os líderes do movimento, a Globo teve que exibir uma espécie de tapa-buraco, um compacto de Locomotivas (1977) para continuar com alguma programação no ar.
É um passado que a "Poderosa" deseja evitar...
Fonte: Jornal da Cidade Online
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