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sexta-feira, 12 de março de 2021

Seis países europeus suspendem uso de vacina de Oxford

Sexta, 12 de Março de 2021 


por Ana Estela de Sousa Pinto | Folhapress

Seis países europeus suspendem uso de vacina de Oxford
Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil

Seis países europeus -Dinamarca, Áustria, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo- suspenderam temporariamente a aplicação de vacinas contra Covid-19 fabricadas pela AstraZeneca para se certificarem de que elas não têm ligação com efeitos colaterais mais graves.

 

No caso da Dinamarca, a suspensão por duas semanas vale para imunizantes da AstraZeneca em geral e foi determinada depois que coágulos sanguíneos provocaram a morte de uma pessoa vacinada. Nos outros países, foi interrompido o uso de um lote específico, também após óbito por trombose de uma mulher imunizada na Áustria.

 

Segundo a autoridade de saúde dinamarquesa, não se pode concluir ainda se existe ligação entre a vacina e os coágulos. Mas, por causa do alerta do sistema de saúde, o órgão e a agência regulatória de medicamentos farão uma reavaliação do imunizante, ao lado da agência regulatória da UE (EMA).

 

A AstraZeneca afirmou que segurança é prioridade da empresa e que os ensaios clínicos não revelaram efeitos colaterais graves: "Os reguladores têm padrões claros e rigorosos de eficácia e segurança para a aprovação de qualquer novo medicamento, e isso inclui a vacina contra Covid-19".

 

Soren Brostrom, diretor do Conselho Nacional de Saúde da Dinamarca, reafirmou que há boa evidência de que o imunizante da AstraZeneca seja seguro e eficaz e que a suspensão não significa que o país esteja desistindo de seu uso, mas que é preciso seguir um protocolo de precaução.

 

Os anúncios dos países europeus são mais um obstáculo na campanha de vacinação do continente, afetada por quebra no fornecimento dos três produtos já aprovados até agora -AstraZeneca, Pfizer/BioNtech e Moderna- e pela decisão inicial de mais de dez membros da UE de não recomendar o imunizante da AstraZeneca para idosos.

 

Parte deles já reverteu essa restrição, mas a insegurança criada também reduziu a velocidade da imunização em vários países.

 

A Dinamarca era um dos países mais avançados da UE na vacinação, com cerca de 15 doses aplicadas por 100 habitantes. A vacina da AstraZeneca responde por 18% das 768.890 doses recebidas pelo país até esta quinta e, das 139 mil doses desse fabricante, 132 mil (95%) já haviam sido aplicadas.

 

A suspensão desta quinta deve atrasar o calendário: segundo cálculos iniciais, no pior dos cenários, a população adulta deve estar imunizada em meados de agosto e não mais no começo de julho. Quem tinha vacinação marcada com o produto da AstraZeneca, para primeira ou segunda dose, terá que aguardar ao menos duas semanas.

 

Na Áustria, a interrupção atingiu o lote específico do qual foram extraídas doses aplicadas em duas pessoas que desenvolveram coágulos. Uma enfermeira de 49 anos morreu dez dias após tomar a primeira dose -de acordo com o governo austríaco, não é possível afirmar que o imunizante tenha causado a morte.

 

Outra pessoa de 35 anos, que recebeu uma injeção do mesmo lote, foi hospitalizada com um coágulo sanguíneo no pulmão, mas estava se recuperando, segundo o Escritório Federal Austríaco para Segurança em Saúde.

 

Com um total de 1 milhão de doses, o lote foi distribuído a 17 membros da UE, entre eles Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo, que também interromperam seu uso.

 

Nesta quinta, após a decisão da Dinamarca, a Noruega afirmou que estuda também uma eventual interrupção da aplicação de vacinas da AstraZeneca.

 

A EMA está avaliando o lote em questão, mas afirmou que uma investigação preliminar não encontrou ligação entre a vacina AstraZeneca e a morte na Áustria e que tromboses não estão listadas entre os efeitos colaterais do produto.

 

Segundo a agência europeia, desde o início da vacinação, foram registrados 22 casos de trombose em mais de 3 milhões de pessoas vacinadas nos 30 países do Espaço Econômico Europeu (que compreende a UE, a Noruega, a Islândia e Lichtenstein).

 

O número de "eventos tromboembólicos em pessoas vacinadas não é superior ao observado na população em geral", acrescentou.

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