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terça-feira, 18 de abril de 2023

Em crise sem fim, Globo encaminha ‘fim do cinegrafista’ e precariza trabalho de repórter

Terça, 18 de Abril de 2023

A matéria publicada no site de notícias ‘Pleno News’ dá conta de que a Rede Globo busca soluções para dar conta de manter a emissora no ar mesmo com a grande onda de demissões que incluem trabalhadores em funções consideradas essenciais.

O exemplo mais recente é a utilização em larga escala do chamado "Kit Mojo", um equipamento que permite ao repórter ir à campo e fazer gravações e entrevistas utilizando o próprio aparelho de celular.

Assim, a figura do cinegrafista sai de cena e o cargo corre sério risco de ser extinto permanentemente.

“Após a Rede Globo recorrer a demissões para cortar gastos, a direção de jornalismo da GloboNews informou que seus repórteres passarão a ser seus próprios operadores de câmera, utilizando o celular para filmar eles mesmos durante as passagens ao vivo. Para isso, eles serão treinados a utilizar o chamado “Kit Mojo”, que já foi adotado em algumas ocasiões pela CNN Brasil e a Jovem Pan."; esclarece a reportagem, citando como exemplo a prática utilizada mais frequentemente em emissoras menores e com orçamento limitadíssimos, em comparação com a Globo
"Toda a Globo usa o chamado Kit Mojo, uma tecnologia móvel que usa celulares. Recentemente, muitos repórteres chegaram a Brasília para trabalhar em pontos de vivo fixos. Houve reunião para apresentar a tecnologia a eles, que será acrescentada aos pontos de vivo fixos já existentes – diz a nota da empresa, segundo informações do colunista Paulo Cappelli"; esclarece o texto do Pleno News, que traz ainda a repercussão, com alguns internautas afirmando que essa é uma nova prática que deve ser normalizada, sob a justificativa de que o ‘repórter ganha para tanto’, enquanto outros ressaltam a crescente onda de precarização da profissão de jornalista.

O certo é que a Globo está tentando, desesperadamente, driblar a maior crise de sua história.

As demissões começaram a surgir timidamente nos últimos quatro anos. Foram ganhando corpo ao longo dos meses, incluindo fechamento de escritórios e sucursais, mas que chegaram a uma onda de cortes em massa nas últimas semanas, com direito a protestos na porta da empresa.

Entre os motivos, a queda dramática de audiência, em toda a programação (que caiu muito em qualidade e confiabilidade, como nas novelas e seriados) e a perda de produtos antes exclusivos, como o futebol e a Fórmula 1, para outras emissoras.

Mas o baque maior veio mesmo por causa do jornalismo, antes considerado um dos mais sérios do mundo e referência nacional, mas que passou por uma metamorfose drástica a partir do aparelhamento ideológico das redações, o que levou a uma abrupta guinada à esquerda.

Algo que, aliado à crescente conscientização política da população, com o crescimento das redes sociais e a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, em 2018 (com cortes bilionários de verbas institucionais), criou a receita perfeita para que muita gente deixasse de acreditar ‘nos fatos’ apresentados por um ‘único agente de informação’, abandonando antigos hábitos, como, por exemplo, jamais perder uma edição do Jornal Nacional.

Assim, as figuras de William Bonner, Fátima Bernardes e Renata Vasconcelos, fatalmente, ficarão marcados como símbolos de uma era iniciada quando a Globo atingia seu auge, mas que acabou levando todos ao fundo do poço.

  • Fonte: Jornal da Cidade Online

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