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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Hacker diz que Barroso orientava trabalho de Deltan na Operação Lava Jato

 Quinta, 18 de Fevereiro de 2021


Hacker diz que Barroso orientava trabalho de Deltan na Operação Lava Jato
Fotos: Divulgação


O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), orientava o procurador da República Deltan Dallagnol, segundo o hacker Walter Delgatti Neto, responsável por invadir celulares de autoridades. A afirmação foi feita durante uma entrevista nesta terça-feira (16) ao jornalista Joaquim de Carvalho, do Brasil 247. 

 

Segundo o hacker, Barroso era como se fosse um conselheiro do procurador integrante da Força Tarefa da Lava Jato. Dallagnol, conforme conta, pedia opiniões ao ministro do Supremo. “Ele perguntava o que fazer, o que pegar de jurisprudência, como convencer o juiz do Superior Tribunal de Justiça. Inclusive, na época eles [os procuradores] pesquisavam muito a vida do relator dos casos do STJ, o Felix Fischer. Eles faziam uma análise de todas as decisões, do perfil, montavam uma peça encurralando e enviavam para a PGR", afirmou Delgatti. 

 

De acordo com Delgatti, Luiza Frischeisen, subprocuradora-Geral da República, contava aos integrantes do MPF no Paraná como estava o andamento dos processos da Lava Jato nas instâncias superiores. Os procuradores de Curitiba não atuam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no STF. "Ela conseguia o que estava acontecendo e vazava para eles. Os processos disciplinares [de Dallagnol], ela enviava antes de chegar por meio oficial", contou. 

 

Delgatti também disse que os membros da força-tarefa buscavam informações sobre magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), STJ e STF para acuar juízes, desembargadores e ministros. "O TRF-4, eles tinham conquistado já, o difícil estava sendo o STF. O STJ também. O Fachin ajudou bastante. Aquele vazamento do 'aha uhu, o Fachin é nosso'... Eles tinham medo de quem seria o relator. Com essa notícia, eles ficaram aliviados, porque sabiam que teriam o controle", disse em referência ao fato de Fachin ter se tornado relator da operação após a morte do ministro Teori Zavascki. 

 

O hacker já havia falado sobre a proximidade entre Barroso e Dallagnol em entrevista à CNN em dezembro de 2020. "O Barroso e o Deltan conversavam bastante. Inclusive, o Barroso, em conversas, auxiliava o que colocar na peça, o que falar. Um juiz auxiliando, também, o que deveria fazer o procurador", disse na ocasião. 

 

A assessoria do ministro negou as afirmações de Delgatti: "O ministro Luís Roberto Barroso integra a Primeira Turma, e não a Segunda, que é a competente para julgar os processos da Operação Lava-Jato. Ele jamais orientou qualquer procurador acerca de qualquer processo relacionado à operação. A afirmação é falsa".

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