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sábado, 26 de janeiro de 2019

Bolsonaro diz que desastre em Mariana deveria ter servido de alerta para o Brasil

Sábado, 26 de Janeiro de 2019



O presidente Jair Bolsonaro participa de reunião com o presidente da Colômbia, Iván Duque, em Davos, na Suíça Foto: Alan Santos/Presidência

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), deveria ter servido de alerta para o Brasil, e lamentou que o país tenha registrado nesta sexta-feira uma tragédia semelhante com o rompimento de outra barragem dessa vez em Brumadinho, também em Minas Gerais. O desastre em Mariana, ocorrido em 2015, foi a maior tragédia ambiental da história do país, com 10 mortos.

— Acionamos um gabinete de crise aqui em Brasília e ficaremos antenados 24h por dia para prestar informações para a população, de que modo que nós possamos minimizar mais essa tragédia, depois da Mariana. Esperávamos que não tivesse uma outra, até por uma questão de servir de alerta aquela. Mas, infelizmente, temos esse problema agora — disse Bolsonaro à rádio Regional FM, de Brumadinho.

De acordo com Bolsonaro, essa situação “não tem nada a ver com o governo federal”, a quem cabe, segundo ele, apenas a fiscalização.

— Se bem que a questão da Vale do Rio Doce não tem nada a ver com o governo federal, apenas cabe a nós a fiscalização, por parte do Ibama, que é um órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, e buscar meios para se antecipar a problemas. Mas esses meios partem primeiramente da empresa que executa a obra, e só em Minas são 450 represas parecidas, como essa, e no Brasil todo são quase 1.000.

O porta-voz da Presidência, Otávio Regô Barros, afirmou que Bolsonaro tem a intenção de ir na manhã de sábado para Brumadinho. Bolsonaro tem uma cirurgia marcada para segunda-feira em São Paulo. A previsão inicial era de que ele viajasse no domingo. De acordo com auxiliares, a cirurgia está mantida mesmo com a possível viagem para Minas Gerais.

Os ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles), Desenvolvimento Regional (Gustavo Canuto) e Minas e Energia (Bento Albuquerque), além do Secretario Nacional de Defesa Civil (Alexandre Lucas), também estão indo para a região.

De acordo com a Defesa Civil, há possíveis vítimas, e os moradores que moram na parte mais baixa da cidade estão sendo retirados de suas casas. A Vale informou que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. O acidente ocorre três anos após a tragédia de Mariana, o maior desastre ambiental do país, que deixou 19 mortos.

Segundo informações preliminares, a barragem que se rompeu é usada para recirculação de água da planta e contenção de rejeitos em eventos de emergência. No site da Vale, consta que ela tem cerca de um milhão de metros cúbicos. Em Mariana, foram 43,7 milhões de m³ de lama.

Defesa Civil

Uma equipe da defesa Civil Nacional se desloca na tarde de hoje para a região de Brumadinho. O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), coronel Alexandre Lucas, já fala inclusive em uma possível atuação no resgate de vítimas.

– Todo governo Fderal está mobilizado para atuar no socorro e na resposta ao rompimento da barragem. Uma equipe da defesa Civil Nacional, chefiada por mim, já está se deslocando para região para apoiar as ações do estado e do município.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, acompanhado pelo coronel Alexandre Lucas, também chegam hoje à noite a Belo Horizonte para acompanhar e apoiar os trabalhos. A prioridade, neste momento, é o socorro e assistência à população afetada.

Em nota, Canuto disse que a mobilização e o apoio do Governo Federal iniciaram logo após o rompimento da estrutura. O ministro conversou por telefone com o presidente Jair Bolsonaro, que reforçou a importância de disponibilizar todo o apoio necessário ao estado e município.

“Equipes do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) estão em frequente contato com representantes da prefeitura e governo do estado para orientar nas primeiras ações de resgate às possíveis vítimas e demais necessidades emergenciais”, diz a nota.

O Globo

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