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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Blairo Maggi é convidado para ser novo ministro dos Transportes substituindo o Martinese Alfredo Nascimento


O senador Blairo Maggi (PR-MG) foi convidado pelo Palácio do Planalto para ser o novo ministro dos Transportes em substituição ao Martinense Alfredo Nascimento, que pediu demissão nesta quarta-feira após denúncias da existência de um suposto esquema de superfaturamento de obras e de recebimento de propina por meio de empreiteiras. A sondagem do Palácio do Planalto foi feita na quarta-feira, mas Maggi ainda não aceitou o convite.

Segundo aliados, ele ainda fará consulta a integrantes do Partido da República (PR), a seus familiares, verificará que contratos suas empresas têm o governo e se essas transações poderiam inviabilizar sua indicação. "Blairo é um grande nome e há uma grande possibilidade de ele se tornar ministro", afirmou o líder do PR na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (PR-MG). "Ele precisa se cercar de todos os cuidados para não dar um passo em falso. Ele tem envolvimentos empresariais com o governo, mas em relação à legislação fiscal e trabalhista está tudo bem nas empresas", disse o parlamentar, em referência às análises que Maggi faz antes de eventualmente aceitar chefiar a pasta dos Transportes.

"Estou fazendo uma avaliação se posso ou não ser ministro. Não sei se teria condições hoje por causa das minhas empresas", disse Maggi a seus correligionários, conforme relato de Portela. Considerado um dos maiores produtores de soja do mundo, Blairo Maggi tem patrimônio declarado à Justiça eleitoral no valor de R$ 152,47 milhões.

Caso ele não aceite o cargo, integram a lista de ministeriáveis os deputados Luciano Castro, Jaime Martins e Aracely de Paula.

A queda do ministro dos Transportes
Uma reportagem da revista Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)

O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo. Pelo menos dois assessores diretos do então ministro, Alfredo Nascimento (PR), foram afastados dos cargos. Também deixaram suas funções o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.

O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou "um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias".

Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos do filho do ministro, Gustavo. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente.

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