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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

AUXÍLIO EMERGENCIAL: Mourão concorda com Bolsonaro, cita 40 milhões de brasileiros em “situação difícil”, e diz que governo não pode ser “escravo do mercado”

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Depois de o presidente Jair Bolsonaro demonstrar irritação com as reações do mercado ante suas declarações, em live transmitida em suas redes sociais na noite de ontem, o vice-presidente da República Hamilton Mourão disse nesta sexta-feira (12) que o governo federal não pode ser escravo do mercado financeiro.

“Temos 40 milhões de brasileiros que estão em uma situação difícil, ainda estamos na pandemia. O presidente é obrigado a decidir para auxiliar essa gente. Se ele disse que não vai auxiliar, ele vai tomar pau. Se ele diz que vai auxiliar, ele vai tomar pau também. É uma situação difícil”, disse.

Mourão acrescentou ainda que a expectativa do governo é que, em 3 ou 4 meses, o país tenha uma produção de vacina capaz de começar um processo de imunização consistente da população.

A preocupação de investidores a qual se refere Bolsonaro é em relação aos efeitos nas contas públicas que poderá ter uma extensão do auxílio emergencial, findo em dezembro do ano passado. Apesar de a suspensão do benefício, uma nova onda de contaminações de Convid-19 tem trazido a necessidade da renovação das políticas de isolamento, o que deixa os trabalhadores que dependem da circulação de pessoas numa situação difícil.

Novos pagamentos, porém, não cabem no orçamento federal, o que traz a necessidade de um novo orçamento de guerra para que o teto de gastos não seja comprometido. O orçamento de guerra foi uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso em maio do ano passado, que separa os gastos com a pandemia do orçamento geral da União.

“Governo e Congresso estão buscando uma solução. Em linhas gerais ou você faz um crédito extraordinário, aí seria o tal do orçamento de guerra, ou corta dentro do nosso orçamento para atender as necessidades. Não tem outra linha de ação fora disso”, disse.

Combustíveis

O vice-presidente comentou também sobre a promessa do presidente de anunciar um projeto que reduza o ICMS, imposto estadual, cobrado nos combustíveis.

“Vai ter que ser decidido dentro do Congresso. É lei, lei tem que ser decidido lá dentro e mexe com os estados. Presidente está buscando uma solução para o preço do combustível que todo mundo que enche o tanque do carro sabe que está um pouco salgado”, disse.

Segundo ele, o avanço dos preços nesse setor é fruto de dois problemas: os preços internacionais, que se recuperaram e, com a desvalorização do real frente ao dólar. No ano passado, a moeda brasileira acumulou perda de quase 30% em relação à moeda americana.

Interferência na Petrobrás

A discussão sobre os preços dos combustíveis também passa por outro temor de investidores, o de uma eventual intervenção na política de preços decidida pela Petrobras. Segundo Mourão, porém, essa não é uma alternativa para o governo.

“O presidente já deixou claro que não vai interferir e não pode. Já tivemos isso no passado e a Petrobras arcou com o prejuízo enorme. Ela não pode atacar, ela tem ação em bolsa”, disse.

CNN Brasil

OPINIÃO DOS LEITORES:
  1. João Soares

    Só da dentro.

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