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sábado, 15 de julho de 2017

Cerca de 692 detentos do Complexo da Papuda sofrem com surto de doença infecciosa

Sábado, 15 de Julho de 2017

Foto: Ministério Público/Divulgação

O Complexo Penitenciário da Papuda, do Distrito Federal, está sendo palco de um surto de dois tipos de doença infecciosa que causa fungos na pele. Cerca de 692 detentos estão sofrendo com pelo menos uma das doenças. O número representa 10% do total de duas alas da Papuda: o Centro de Detenção Provisória, onde há 3.623 presos e 172 infectados e a Penitenciária I, onde há 3.800 detentos e 520 com uma das duas doenças. A penitenciária é destino de presos da Operação Lava Jato, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi libertado nesta quinta-feira (13), o doleiro Lúcio Funaro e o ex-senador Luiz Estêvão. As condições precárias de infraestrutura e higiene são ideais para a proliferação dos fungos e bactérias. O Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) fez vistoria na Papuda em 27 de junho e irá realizar outras visitas. "Iremos tomar todas as medidas necessárias até que o problema de saúde seja resolvido", afirmou o MP. A Vara de Execuções Penais (VEP) também realizou inspeções no local. "Mesmo eles tendo uma ala médica lá dentro, com dois a três médicos, conseguir atendimento é difícil. Ainda mais porque essas micoses são muito comuns", disse a advogada criminalista Daniela Tamanini, que tem clientes no presídio. As doenças foram identificadas como escabiose - sarna - e impetigo, doenças de pele provocadas por ácaros e bactérias. A aglomeração de pessoas e o ambiente fechado contribuem para que a doença se instale e espalhe. "Nós chamamos de escabiose impetignada, porque uma provoca a outra. É uma doença secundária, que causa infecção na pele pela coceira das feridas. Pode dar até fungo", afirmou o infectologista Luiz Antônio Silva. Os sintomas podem afetar, inclusive, as regiões íntimas dos detentos. Todos os detentos têm que ser tratados de uma vez com antibióticos e pomadas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as infecções já estão sendo tratadas. Os agentes, funcionários de limpeza e cerca de 3 mil visitantes semanais também correm o perigo de serem contaminados com a doença. No entanto, a SSSP afirmou que, como apenas 10% dos presos foram contaminados, "não significa que os estabelecimentos prisionais estão passando por um quadro de epidemia".

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