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segunda-feira, 10 de julho de 2017

Um mês após ter testa tatuada à força, menor escreve carta à mãe: ‘saudades’

Segunda, 10 de julho de 2017


Um mês depois de ter sido tatuado à força porque teria tentado furtar uma bicicleta no ABC, o adolescente de 17 anos escreveu uma carta para a mãe no centro de reabilitação particular para usuários de drogas na Grande São Paulo onde faz tratamento contra o vício em crack e álcool. O jovem ainda ostenta na testa a inscrição “eu sou ladrão e vacilão”.

“Mãe minha rainha te amo de verdade do começo até o fim [sic] do meu coração. queria [sic] que a senhora foce [sic] me ver aqui na clínica”, escreveu à caneta o menor em uma folha de caderno, intitulada “carta de saudades” a Vânia Aparecida Rosa da Rocha, de 34.

Na semana passada, a mulher visitou o filho e contou que ele disse que perdoa quem o tatuou e quem filmou o crime. “Eu perdoo os dois rapazes”, disse Vânia sobre o que o filho lhe contou.

“Nossa família unidade [sic] já mas [sic] será detroida [sic]. Sem data para n virar passado!!”, termina o manuscrito do garoto, que também desenhou carros com as palavras “paz” e “alegria”, seguidas de um rosto com cara de mau, como se o identificasse antes, e sorridente, como se vê atualmente.

No final do mês passado, o adolescente começou a ser submetido à aplicação gratuita de laser para remover a tatuagem feita no dia 9 de junho pelo tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27 anos, e filmada por um vizinho dele, o pedreiro Ronildo Moreira de Araújo, de 29, em São Bernardo do Campo.

As imagens da sessão de tatuagem divulgadas e compartilhadas pelo WhatsApp repercutiram e tornaram o caso conhecido. Foi por meio delas que a Polícia Civil prendeu o tatuador e o pedreiro. Segundo a dupla, o objetivo era punir o garoto pela suposta tentativa de levar a bicicleta. O dono do veículo, o ambulante Ademilson de Oliveira, de 31, declarou, dias após a agressão, que não concordava com a punição.

À reportagem, o adolescente negou, também no mês passado, ter tentado furtar a bicicleta. ‘Tive vontade de morrer, comecei a chorar’, disse o garoto, que antes e após a tatuagem estava desaparecido. Ele só foi encontrado no dia 10 de junho por familiares e amigos.


G1/SP


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