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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Rosalba e Cláudia Regina se desentendem em diálogo tenso

Quarta-Feira - 26/02/2014 
Eleições suplementares


Governadora visita prefeita cassada para fechar apoio à chapa a prefeito e encara clima desfavorável
Tenso e conflituoso. Foi assim o reencontro ontem (terça-feira, 26), entre a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e a prefeita cassada e afastada de Mossoró, Cláudia Regina (DEM).
Rosalba e Cláudia: um faz-de-conta que implodiu
A conversa entre ambas, na casa de Cláudia – residencial Portal do Sol -, mostrou a dimensão do fosso que existe entre elas. Estão em rota de colisão, cada uma com seus motivos para grandes diferenças.
Rosalba resolveu fazer uma “visita de cortesia” à Cláudia, a quem apoiou na campanha municipal de 2012. A prefeita convalesce de cirurgia a que se submeteu à semana passada, no Hospital Wilson Rosado.
O sorriso algemado de lado a lado, nos cumprimentos, deu lugar a rostos cerrados e princípio de bate-boca logo em seguida.
A governadora camuflou outro propósito na delicadeza da visita. Em sua estada em Mossoró para entrega de mais um viaduto do Complexo Viário da Abolição, à tarde passada, ela tratou realmente do que lhe interessa: eleições suplementares a prefeito e vice.
Foi aí que caiu o ‘encanto’ do encontro. A máscara desabou.
Rosalba, mesmo horas antes do Tribunal Regional eleitoral (TRE) baixar resolução marcando o pleito (vejaAQUI, notícia dada em primeira mão por esta página), antecipou para Cláudia a necessidade de seu apoio para lançamento de uma candidatura do DEM a prefeito.
Contrariedade
Foi o suficiente para a prefeita cassada se contorcer e alargar olhar vítreo, de contrariedade, fitando a interlocutora.
Foi clara e sem rodeios. Avisou à “Rosa” que ela, Cláudia, será a candidata. Nenhum outro nome apoiado ou não pela governante.
Imprimiu seu desejo obcecado de voltar à prefeitura, sob contestação de Rosalba.
A governadora ponderou que intenção de Cláudia era um desatino. Mesmo com voz pausada, catando palavras e soltando frases em tom quase silábico, não parecia ser ouvida pela prefeita.
As duas não se entenderam. Não houve consenso.
Para a governadora, Cláudia Regina não obterá liminar para concorrer à prefeitura com esse precário direito. Assim, tornará ainda mais difícil o DEM retomar o poder, em que ficou aboletado por cerca de 17 anos, desde janeiro de 1997.
A prefeita cassada e afastada não aceita conversar sob esse hipótese. Insiste em ser candidata, mesmo com uma avalanche de cassações, não possuir controle do DEM e ainda precisar correr atrás de uma liminar, a partir de mandado de segurança na Justiça Eleitoral.
Rosalba está atordoada. Além de sitiada como governadora, com uma gestão reprovada em larga escala, sem rumo e sem prumo, também está sem o pleno comando do seu grupo político em Mossoró.
Ela quer fazer da secretária da Infraestrutura do Estado, engenheira Kátia Pinto (DEM), sua candidata a prefeito nas eleições suplementares. De Cláudia, espera a manifestação de apoio.
Sincera hipocrisia
As duas convivem há vários anos em nome de interesses políticos que disfarçam a antipatia mútua. Não se toleram. O que uma vomita sobre a outra, não é recomendável que seja postado.
O que há de mais verdadeiro nesse relacionamento é uma sincera hipocrisia.
O mal-estar de ontem, um dia iria aflorar. Aflorou. Aflorou sobretudo porque o momento é extremamente delicado para as duas e para o sistema político da qual fazem parte.
À saída da casa da prefeita cassada e afastada, Rosalba nem de longe ostentava pompa de autoridade. Nem parecia uma amiga da família. Pelo visto, não deixou saudades.
Em sua “quixotesca” inauguração de um viaduto entregue ainda parcialmente, ontem, não contou com nenhuma presença expressiva de aliados locais. Abriu caminho para projetar Kátia Pinto, ao lado de poucos circunstantes, um filho e um sobrinho.
Seguidores mais próximos de Cláudia foram orientados por ela à equidistância.
Carlos é comunicado
O episódio foi rapidamente passado para o líder do DEM em Mossoró, marido da governadora e chefe de Gabinete Civil do Governo do Estado, Carlos Augusto Rosado. Mal deixou a residência de Cláudia Regina, a governadora cientificou-o do constrangimento.
Rosalba abre caminho para Kátia Pinto (de branco), sem apoio de Cláudia e raros correligionários (Foto: Carlos Costa)
Mais problemas para Carlos, que é na prática o “governador de fato” do Rio Grande do Norte.
Daqui para frente, com o relógio e o calendário sendo também seus inimigos na política estadual e municipal, precisará reordenar peças, arrumar ‘tropa’ e montar chapas. Não é fácil.
No caso de Mossoró, ainda há a hipótese de uma composição com o grupo da prima e deputada federal Sandra Rosado (PSB), mesmo que de forma subliminar. A candidatura própria é o caminho natural, mesmo assim.
Porém é difícil saber, hoje, como domar Cláudia e fazê-la novamente servir ao casal, num papel meramente secundário – como sempre aconteceu.
Fera ferida, a prefeita cassada tem a oportunidade de se refazer em faixa própria e dissociada do casal, ou outra vez ser combustível aos projetos dessa banda do poder Rosado.

Fonte: Carlos Santos

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