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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Gaúcha que morreu eletrocutada em São Miguel do Gostoso deixou vaga de servidora pública federal em busca de vida mais simples

Terça, 08 de abril de 2025

Foto: Reprodução

Professora por quase 15 anos e servidora pública federal. Paula Vergara da Silva, que morreu na última sexta-feira (4) após sofrer uma descarga elétrica em um hostel onde morava em São Miguel do Gostoso, tinha escolhido deixar a estabilidade garantida por meio de concurso público para viver uma vida mais simples, após passar por uma série de problemas de saúde física e mental.

A própria Paula relatou a mudança nas suas redes sociais em 2023. Ela era professora do Instituto Federal de Santa Catarina.

Segundo a série de postagens, por volta de 2020, ela passou por uma “coleção” de intolerâncias alimentares. Ela ainda escreveu que em 2022 sua saúde mental degradou, apresentando transtorno de ansiedade generalizada e depressão.

“Euzinha, uma apaixonada por comer e cozinhar, química de alimentos por formação e paixão, professora na área por quase 15 anos, vi minha paixão murchar um tanto. Mas o que também vi é que minha escolha profissional da época estava me matando. Literalmente. Meu corpo e mente em 2022 entraram em colapso”, relatou em uma publicação.

“Decidi passar o ano me tratando afastada do trabalho. No final desse ano decidi que tinha que mudar de rumo, que aquela função não me cabia mais e estava me adoecendo. Pedi para sair de um emprego estável, concursada federal, cheia de ‘benesses'”, escreveu em uma postagem nas redes sociais.

Na transição de carreira, ela decidiu se dedicar a ensinar pessoas, principalmente o público infantil, a ter uma relação de carinho com o alimento, produzindo pratos vegetarianos e veganos e utilizando alimentos orgânicos.

Foi dessa forma que Pauli, como era chamada pelos amigos, chegou a São Miguel do Gostoso, no litoral Norte do Rio Grande do Norte, com interesse em promover cursos para crianças.

Amiga da professora, a jornalista Anne Caroline Medeiros conta que a conheceu em outubro do ano passado, quando matriculou sua filha em um dos cursos.

“Ela veio para ficar. Estava atrás de mais tranquilidade, de uma vida mais simples, e aí ela veio para cá. Ela era uma pessoa muito generosa, muito inteligente, muito criativa, extremamente criativa”, conta Anne.

Ainda segundo a amiga, ambas estavam planejando a realização de um novo curso para o período da Páscoa e se encontraram pela última vez na quinta-feira (3). Na sexta (4), elas ainda se falaram por telefone cerca de 1 hora e meia antes do choque elétrico.

Anne conta que Paula enfrentava problemas financeiros e, por isso, aceitou o convite de uma outra amiga para morar no hostel.

Ainda de acordo com a amiga, Paula estava só e ninguém teria presenciado o choque. Ela já foi encontrada sem vida.

G1RN

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Contato : (84) 9 9151-0643

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