Quarta, 09 de abril de 2025
Detido, Soldani foi conduzido à delegacia e, posteriormente, à carceragem da Superintendência da Polícia Federal. Em audiência de custódia, relatou estar em situação de rua e afirmou ter comparecido ao ato com o objetivo de “pedir ajuda”. Segundo ele, estava buscando apoio para conseguir moradia e sobrevivência.
A trajetória de Soldani inclui uma prisão anterior, em 9 de janeiro de 2022, no acampamento em frente ao Quartel General do Exército. Na ocasião, passou 11 dias detido no Complexo da Papuda, sendo liberado com tornozeleira eletrônica. No entanto, teve a liberdade provisória revogada por Alexandre de Moraes por violação das medidas cautelares.
Soldani alegou que a tornozeleira apresentou defeito e que, sem recursos ou apoio familiar, aceitou trabalho como caseiro em Pernambuco. Também revelou ter ganhado uma passagem para Natal (RN), o que contribuiu para o descumprimento da exigência de permanecer no Distrito Federal.
Na audiência, o acusado afirmou:
“Eu estava com todas as minhas coisas pessoais, roupas e documentos, pedindo ajuda na Avenida Paulista ontem para tentar, se não conseguisse, pelo menos por dois ou três dias. Estava tendo um evento pedindo anistia, então pensei que conseguiria encontrar a empatia das pessoas lá para me ajudarem de alguma forma”.
Durante a audiência, Soldani aceitou um acordo de não persecução penal oferecido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em que confessa o delito e se compromete a cumprir medidas alternativas. Contudo, por meio da Defensoria Pública da União, pediu a exclusão da multa e dos serviços comunitários, alegando extrema vulnerabilidade: sem renda, sem moradia e em estado de desnutrição.
“Para conseguir, por exemplo, ‘varrer rua’, seria necessário que ele tivesse podido dormir na noite anterior e ter minimamente se alimentado. Porém, atualmente nem isso ele tem garantido”, destacou a Defensoria.
Com 1,82m de altura e pesando 66 quilos — 14 a menos que seu peso habitual —, Soldani solicitou permanecer na carceragem da PF em São Paulo, alegando receio pela própria integridade em outro ambiente prisional.
“Sinceramente, eu me conheço muito bem e temo pela minha segurança emocional e física se eu sair daqui para outro lugar. Aqui eu me sinto relativamente tranquilo e bem”, declarou.
O STF ainda irá decidir sobre as condições finais do acordo e o local de custódia do acusado.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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