Quinta, 09 de abril de 2025
O Rio Grande do Norte arrecadou entre 1º de janeiro de 2025 e esta terça-feira (8), mais de R$ 7,9 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais, o maior volume desde 2004 levando-se em conta o mesmo período de cada ano. Os dados são do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que indicam um aumento de 8,2% no comparativo com igual período do ano passado. Em todo o País, até a tarde desta terça, foram arrecadados R$ 1,1 trilhão, conforme os dados disponíveis. Entidades do setor produtivo do RN avaliam que o desempenho do Estado tem a ver com o dinamismo da economia potiguar, especialmente do ano passado para cá.
Conforme os números apurados pela reportagem, desde 2004 (com R$ 710 milhões arrecadados entre 1º de janeiro e 8 de abril), quando a contagem foi iniciada, a arrecadação do RN praticamente seguiu em uma curva ascendente, com apenas uma oscilação em 2020, quando teve início a pandemia de covid-19. Naquele ano, a arrecadação entre janeiro e o início de abril no Estado ficou em R$ 4,3 bilhões (no anterior, o volume para o período foi de R$ 5,4 bilhões). A partir de 2021, o montante arrecadado registrou altas ininterruptas.
O presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/RN Igor Medeiros detalha que os números são decorrentes de contribuições de pessoas físicas e jurídicas, feitas de forma direta, ou seja, do bolso do consumidor, mas também de forma indireta. “A arrecadação em um estado passa por diversas variáveis. No RN, um dos maiores contribuintes é uma grande empresa de energia eólica, que está construindo um parque no interior. Essa empresa, por exemplo, contribui com Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, PIS e Cofins, que são os maiores tributos federais, além de IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]”, explica.
Além disso, são contabilizados os impostos estaduais, como ICMS, e municipais, a exemplo do ISS. “Quando uma torre eólica começa a operar no interior, já houve pagamento de tributos para compor esses R$ 7,9 bilhões em vários momentos. Então, parte considerável da contribuição é indireta”, diz o especialista. Para a população, que espera o retorno dos tributos pagos, fica a sensação de que faltam investimentos à altura da arrecadação. “A gente vê muita cobrança [de imposto] e pouco resultado, fala o motorista de transporte por aplicativo Luan Lázaro, de 31 anos.
*Dados referentes ao período de 1º de janeiro a 8 de abril de cada ano
- 2025: R$ 7,9 bilhões
- 2024: R$ 7,3 bilhões
- 2023: 6 bilhões
- 2022: R$ 5,7 bilhões
- 2021: R$ 5,1 bilhões
- 2020: R$ 4,3 bilhões
- 2019: R$ 5,4 bilhões
- 2018: R$ 4,5 bilhões
- 2017: R$ 4,2 bilhões
- 2016: R$ 3,5 bilhões
- 2015: R$ 3,6 bilhões
- 2014: R$ 3,3 bilhões
- 2013: R$ 3 bilhões
- 2012: R$ 2,8 bilhões
- 2011: R$ 2,4 bilhões
- 2010: R$ 2 bilhões
- 2009: R$ 1,6 bilhão
- 2008: R$ 1,5 bilhão
- 2007: R$ 1,1 bilhão
- 2006: R$ 976 milhões
- 2005: R$ 838 milhões
- 2004: R$ 710 milhões
Fonte: Impostômetro
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