Sábado, 01 de novembro de 2025

Moradores dos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, foram às ruas nesta sexta-feira (31) para protestar contra a Operação Contenção, que terminou com 121 mortos, a ação mais letal da história do estado. Mesmo debaixo de chuva, centenas de pessoas se reuniram na Vila Cruzeiro, na Zona Norte, pedindo justiça e denunciando abusos durante a operação, conforme a Agência Brasil.
O ato teve forte presença de mães que perderam filhos em outras ações policiais. Elas criticaram o governo estadual e pediram que o Estado invista em educação e emprego, não apenas em repressão. A dor das famílias reacendeu o debate sobre a violência nas favelas e a forma como as forças de segurança atuam em áreas dominadas pelo tráfico.
Segundo o governo do Rio, a operação tinha como alvo a facção criminosa Comando Vermelho e envolveu 2,5 mil agentes, com o objetivo de cumprir mais de 100 mandados de prisão. Entre os mortos, quatro eram policiais e 117 civis — destes, 78 tinham histórico criminal e 42 estavam com mandados de prisão em aberto, conforme dados oficiais.
Entidades de direitos humanos classificaram a ação como “massacre” e denunciaram casos de tortura e mutilação entre os corpos recolhidos pelos próprios moradores. O governo estadual, por outro lado, defende que a operação foi necessária para enfrentar o crime organizado e restabelecer a segurança na região.
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