Quarta, 29 de outubro de 2025
Com essa nova contagem, o número de mortos supera o dado inicial apresentado pelo Estado — que registrava 64 vítimas, incluindo quatro policiais — e torna a Operação Contenção a mais letal da história do Rio de Janeiro.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que acompanha a situação e destacou que suas equipes atuam para garantir o cumprimento das diretrizes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 635, que regula as operações policiais em comunidades fluminenses. Técnicos periciais do órgão foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) para realizar uma perícia independente sobre as mortes.
Megaoperação mobilizou 2,5 mil agentes
A Operação Contenção foi deflagrada na terça-feira (28) e reuniu cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de desarticular lideranças ligadas ao Comando Vermelho (CV). A ação resultou na prisão de 81 suspeitos e na apreensão de 93 fuzis, além de diversos carregadores, granadas e munições.
Durante os confrontos, as forças de segurança enfrentaram forte resistência. Criminosos ergueram barricadas, incendiaram veículos e chegaram a utilizar drones para atacar os agentes. Pelo menos três moradores ficaram feridos.
A operação superou em letalidade confrontos anteriores que marcaram a história recente do estado, como o do Jacarezinho (28 mortos em 2021) e o da Vila Cruzeiro (23 mortos em 2022).
De acordo com levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), as cinco operações policiais mais letais do Rio são:
Complexos do Alemão e da Penha (outubro de 2025) — mais de 130 mortos
Favela do Jacarezinho (maio de 2021) — 28 mortos
Vila Cruzeiro (maio de 2022) — 23 mortos
Vila Operária, Duque de Caxias (janeiro de 1998) — 23 mortos
Complexo do Alemão (junho de 2007) — 19 mortos

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