Terça, 14 de outubro de 2025
Eduardo Tagliaferro ganhou destaque após divulgar conversas internas do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, nas quais apontava irregularidades em investigações contra parlamentares e lideranças da direita.
Os vazamentos, entretanto, resultaram em uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra ele pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação penal.
De acordo com Coronel Meira, o pedido de inclusão no Provita será analisado no âmbito da Subcomissão de Fiscalização e Direitos dos Presos do 8 de Janeiro (SUB8J). O deputado argumenta que as revelações feitas por Tagliaferro evidenciam “irregularidades processuais graves”, citando a “produção retroativa de documentos” e a “alteração de datas de relatórios da Polícia Federal” que teriam sido usados para justificar medidas de busca, apreensão e prisões preventivas.
No documento, Meira alerta para o risco de represálias contra o denunciante e defende uma resposta imediata das instituições brasileiras. Ele afirma que é necessário garantir a segurança física e psicológica de Tagliaferro, além de acionar o sistema interamericano de direitos humanos “para prevenir qualquer ato de violência ou restrição indevida à sua liberdade”. O requerimento ainda aguarda deliberação da Comissão de Segurança.
Além do pedido de proteção nacional, o parlamentar também solicita que a Comissão atue junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar “represália ou constrangimento indevido”. Meira pede ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as denúncias apresentadas por Tagliaferro e que o Itamaraty encaminhe uma representação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH/OEA) e ao Alto Comissariado da ONU, buscando medidas cautelares internacionais em favor do ex-assessor.
Atualmente, Tagliaferro reside na Itália. Desde que foi denunciado no Brasil, ele permanece no país europeu. Na última sexta-feira (10/10), a Justiça italiana revogou a medida que o impedia de circular em território italiano, mas decidiu manter a retenção de seu passaporte até que seja concluída a análise do pedido de extradição solicitado pelo Judiciário brasileiro.
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