Sexta, 17 de outubro de 2025
De acordo com o balanço apresentado, a empresa registrou receita de 65,9 bilhões de francos suíços — o equivalente a US$ 83 bilhões ou aproximadamente R$ 452 bilhões. O novo presidente-executivo, Philipp Navratil, que assumiu o comando em setembro após mais de duas décadas na companhia, afirmou que o grupo precisa acelerar sua adaptação às transformações do mercado global.
“O mundo está mudando e a Nestlé precisa se adaptar com mais agilidade, o que exigirá decisões difíceis, porém necessárias, para reduzir o quadro de funcionários”, declarou Navratil em comunicado reproduzido pela agência France Presse.
Do total de cortes previstos, 12 mil vagas correspondem a cargos administrativos distribuídos por diversas áreas e países. A empresa estima que essa medida gerará uma economia anual de 1 bilhão de francos suíços até o final de 2027 — valor duas vezes superior ao projetado anteriormente. Outras 4 mil posições serão encerradas em setores produtivos e na cadeia de suprimentos, como parte de iniciativas voltadas a tornar as operações mais eficientes.
A reformulação ocorre em meio a uma crise na liderança da Nestlé, intensificada pela recente demissão do ex-CEO francês Laurent Freixe. Ele foi afastado após uma investigação interna confirmar um relacionamento com uma subordinada, prática vedada pelo Código de Conduta da empresa. Segundo apuração da imprensa suíça, a funcionária, que atuava no setor de marketing, teria sido promovida a vice-presidente de marketing para as Américas cerca de um ano e meio depois do início do envolvimento.
A apuração foi conduzida pelo presidente do conselho, Paul Bulcke, com apoio jurídico externo. Após o resultado, Bulcke também anunciou que deixará o cargo, reforçando a instabilidade no comando da companhia.
Laurent Freixe, nascido em 1962, teve uma longa trajetória dentro da Nestlé, liderando operações em vários países. Sua saída reacendeu na Suíça o debate sobre os limites entre a vida pessoal e o ambiente corporativo — tema que ganha relevância num momento em que grandes empresas buscam reforçar políticas de governança e ética profissional.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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