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sábado, 18 de outubro de 2025

Fux abandona o plenário do STF

Sábado, 18 de outubro de 2025




A discussão começou por volta das 16h, quando Gilmar questionou Fux, de forma irônica, sobre a suspensão de um julgamento na Primeira Turma relacionado a Sergio Moro. O ex-juiz tenta reverter decisão que o tornou réu por calúnia contra o próprio Gilmar, em processo que já tinha placar de 4 a 0 contra Moro.

"Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato", disse Gilmar a Fux durante a conversa nos bastidores.

Fux respondeu que havia pedido vista do caso de Moro para analisá-lo com mais atenção e manifestou descontentamento com Gilmar, afirmando que o colega falava mal dele em diversos ambientes.

O embate continuou no plenário durante julgamento sobre valores obtidos em condenações em ações públicas na Justiça do Trabalho. Gilmar aproveitou para criticar a Lava Jato, momento em que Fux se retirou do recinto, não retornando mais à sessão.

Em seu voto, que durou quase 50 minutos, Gilmar declarou:

"O principal exemplo de desvio flagrantemente ilegal de recursos que deveria servir à recomposição de danos de atos ilícitos é, sem dúvida, o que se observou no âmbito da tal Operação Lava Jato, em que foram verificadas até mesmo tentativa de apropriação de verbas bilionários com criação de fundos que seriam administrados pelos procuradores de Curitiba".

O decano do STF prosseguiu:

"O Brasil produziu, presidente, nesse período de Lava Jato e quejandos —e é uma singularidade brasileira, uma jabuticaba— um tipo de combatente, ministro Zanin, de corrupção que gosta muito de dinheiro. É uma singularidade".

Gilmar também mencionou a "entrega de provas em saco de supermercado" e classificou a gestão do ex-chefe da Procuradoria-Geral da República, Rodrigo Janot, como de "triste memória".

Um ministro do Supremo, que falou sob condição de anonimato, interpretou a saída de Fux como repúdio às declarações de Gilmar. O clima na corte permaneceu tenso na quinta-feira (16).

Gilmar ainda criticou a atuação de Fux na Primeira Turma, afirmando que o colega "impôs aos colegas [da Primeira Turma] um voto de 12 horas que não fazia o menor sentido" no julgamento de Jair Bolsonaro. Segundo ele, Fux teria absolvido o ex-presidente e decidido "condenar o mordomo [o tenente-coronel Mauro Cid, por tentativa de abolição do Estado democrático de Direito]", o que teria deixado "todo mundo" insatisfeito.

Vale lembrar que o próprio Gilmar durante uma entrevista em Portugal afirmou textualmente que não houve tentativa de golpe no 8 de janeiro. A opinião do magistrado não parece ser firme. Muda de acordo com os acontecimentos.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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