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quarta-feira, 26 de julho de 2017

A reforma que não virá

Quarta, 26 de julho de 2017

A Lava Jato, hoje, é “imexível”. Todos os políticos que acharam que teriam força para estancá-la quebraram a cara. Alguns foram até presos. Mas essa situação não vai durar para sempre. E nem é desejável que dure. O ideal é que baixos níveis de corrupção sejam uma consequência do desenho institucional do país, não de campanhas esporádicas que só se sustentam porque conseguiram angariar uma boa dose de apelo popular.

Nesse contexto, é imprescindível que o Brasil proceda a uma reforma política. Se não o fizermos, é muito provável que, dentro de um par de anos, depois que os ventos moralizantes tiverem amainado, opíparos esquemas de desvio de dinheiro público voltem a instalar-se.

Cuidado, não estou aqui fazendo coro ao discurso de alguns políticos de que é o sistema que os faz delinquir. O pressuposto de nossa civilização é o de que existe a responsabilidade individual. Todos aqueles que aceitaram caixa dois ou propina podem e devem responder por suas escolhas. Mas punir quem precisa ser punido não nos exime de buscar uma configuração institucional que, se não chega a inspirar um comportamento virtuoso, ao menos não estimule a roubalheira. Para tanto, é fundamental reduzir drasticamente o custo das campanhas.

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