Domingo, 23 de Julho de 2017
por Luiz Vassallo e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
O advogado Luís Henrique Machado, que defende o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou, neste sábado (22), as investigações acerca da suposta tentativa de seu cliente, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), e do ex-presidente José Sarney (PMDB-MA), de barrar a Lava Jato, como um "inquérito vazio". Para o defensor, o peemedebista foi "gravado clandestinamente" pelo delator Sérgio Machado "ao exercer a típica função parlamentar". Nesta sexta-feira (21), a Polícia Federal concluiu que os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em conversas com os três peemedebistas não configuram obstrução de Justiça. A delegada da Polícia Federal considerou que, ainda que "lamentável", o comportamento demonstrado por Sarney, Jucá e Renan está assegurado como prerrogativa de seus cargos. A PF ainda recomendou que Machado não receba os benefícios de acordos de delação premiada. Nos diálogos, Jucá afirma ser necessário mudar o governo para estancar a sangria e mencionava como "solução" o então vice-presidente Michel Temer. O então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ressaltou a necessidade de regulamentar a delação premiada em conversa com Machado. Já Sarney disse prever que a delação da Odebrecht teria o efeito de uma "metralhadora ponto 100". O advogado de Renan, Luís Henrique Machado, sustenta que "o crime de obstrução de Justiça nunca existiu". "O Senador Renan foi gravado, clandestinamente por um delator, ao exercer a típica função parlamentar de discutir e debater projetos de lei com os seus pares, sem qualquer intenção espúria de obstruir a Operação Lava Jato." Segundo o defensor, trata-se de um inquérito vazio, tendo em vista que as medidas cautelares de prisão preventiva e de busca e apreensão relativas ao caso foram indeferidas. "É de se reconhecer que a probabilidade de arquivamento é elevadíssima", concluiu.
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