Analisar o governo do DEM no RN é debruçar-se na avaliação de uma
experiência conservadora, atrasada, ineficiente e que representa uma das
maiores frustrações políticas desde que reconquistamos o direito de
eleger governadores estaduais em 1982.
A decepção dos potiguares é do mesmo tamanho da expectativa que a
eleição da atual governadora despertou no povo na eleição de 2010. Bom
lembrar que Rosalba teve uma votação consagradora e conseguiu o feito de
derrotar o candidato governista já no primeiro turno. A população foi
convencida pela ideia de que estava votando numa gestora eficiente,
moderna e realizadora. Hoje o sentimento é de que caiu numa armadilha,
que era tudo enganação. Como não tem como voltar atrás e devolver o
produto, a população se sente traída e demonstra sua insatisfação de
forma clara, o que faz de Rosalba a governadora recordista nacional em
desaprovação.
A governadora do DEM no RN teve todas as condições para governar.
Conseguiu construir uma base de apoio ampla. Durante um bom tempo quase
não enfrentou oposição. Desfrutou de maioria folgada na Assembleia
Legislativa até 2013, teve da parte do Governo Federal uma relação
republicana, de parceria institucional, sem nenhum tipo de
discriminação. Porém, uma visão política estreita, centralizadora e
autoritária, aliada a uma incompetência administrativa jamais vista,
determinou os rumos do governo e transformou em tempo recorde a gestão
do DEM num caos em praticamente todas as áreas.
Sem projeto político e sem rumo, o governo do Estado vive uma crise
política e administrativa sem precedentes na nossa história. Chegamos a
2014 com a sensação que o governo do DEM fez do RN uma nau sem rumo e
que estamos diante de uma gestão que existe do ponto de vista formal,
mas que na realidade acabou antes do fim.
O que ainda podemos esperar desse governo nos 11 meses que restam? Antes
de qualquer coisa, é preciso que o povo fique atento para que não se
repita o desastre que foi o último ano do governo da ex-prefeita
Micarla. Espero que a atual gestão tenha uma postura minimamente
responsável, mantendo em funcionamento serviços públicos essenciais. Da
mesma forma, é preciso pagar salários e honrar os compromissos com os
fornecedores; o cumprimento dos acordos celebrados com as diversas
categorias; um comportamento republicano com os gestores municipais.
A partir dessa experiência negativa, precisamos amadurecer politicamente
para que desastres como esse não se repitam. O RN anseia por um novo
ciclo e um projeto avançado, que seja inclusivo, moderno, sustentável e
participativo. E mais, que esteja em consonância com o projeto nacional
que o Brasil vem experimentando desde 2003 com o ex-presidente Lula e a
atual presidenta Dilma. Esse é o caminho. Esse é o nosso desafio.
Fonte: Novo Jornal
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