Domingo, 14 de Fevereiro de 2021
O ex-presidente da Argentina Carlos Menem morreu neste domingo (14) em um hospital de Buenos Aires aos 90 anos, informaram a agência oficial de notícias Telam e outros veículos da imprensa.
Menem, que atualmente era senador pelo governista Partido Justicialista – o mesmo do presidente Alberto Fernández –, havia hospitalizado várias vezes nos últimos meses, primeiro para tratar uma pneumonia e há poucas semanas por causa de uma infecção urinária.
À Telam, sua ex-mulher Zulema Yoma informou que ele estava internado por causa de uma infecção urinária. “Infelizmente ele faleceu”, disse ela para a agência oficial.
No fim de dezembro, por exemplo, ele não participou da votação no Senado que tornou legal o aborto na Argentina porque estava internado.
Perfil
Carlos Saúl Menem foi figura central da jovem democracia argentina e, apesar de ser peronista, governou o país por mais de uma década com forte viés neoliberal refletido em profundas reformas políticas, econômicas, sociais e culturais que resultaram na crise desencadeada em 2001, sob o mandato de Fernando de la Rúa.
Ele foi a pessoa que por mais tempo esteve à frente do Poder Executivo sem interrupções na história da Argentina.
Originário de La Rioja, província que governou por dois mandatos, Menem assumiu a presidência em 8 de julho de 1989, cinco meses antes do início do mandato previsto, com promessas de uma “revolução produtiva” e “grandes salários”, mas seu governo foi marcado por uma política neoliberal que incluiu a privatização de várias estatais, mudanças nas leis trabalhistas que resultaram na perda de conquistas dos trabalhadores e uma estratégia de “relações carnais” com os Estados Unidos.
Ele assumiu o poder em meio a um processo de hiperinflação herdado do governo de Raúl Alfonsín – primeiro presidente eleito democraticamente após o fim da ditadura, em 1983 – e, uma vez no governo, formou alianças inesperadas entre o peronismo e líderes liberais que incomodaram muitos de seus colegas.
CNN Brasil
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