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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Mapa revela cidades já dominadas e em disputa por facções criminosas no Rio Grande do Norte

Terça, 21 de Agosto de 2018

G1RN


Nos 167 municípios do Rio Grande do Norte, quatro cidades que compõem a região Metropolitana de Natal, mais a própria capital potiguar e Mossoró, na região Oeste do estado, o tráfico de drogas ainda não possui o domínio supremo de alguma facção criminosa. A informação é do Fórum de Segurança Pública do RN – entidade formada por associações e sindicatos que representam as forças de segurança pública do estado.

Em outras palavras, significa dizer que em 90% do estado o comércio ilegal de entorpecentes é comandado pelo Sindicato do Crime do RN (SDC), facção criada em 2012 a partir de um grupo dissidente do Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem os primeiros registros de atuação no território potiguar no ano de 2006. Já o PCC, ainda de acordo com o Foseg, atua com soberania apenas em três bairros da capital.

A predominância territorial do SDC, ainda de acordo com o Foseg, tem uma explicação: quantidade. "A facção local tem mais gente. São 4.200 componentes presentes em todos os municípios do estado. Já a facção rival, possui cerca de 900 membros aqui no estado. Porém, mesmo com um efetivo inferior, a facção paulista tem poder econômico maior, que a permite, por exemplo, manter as rotas de distribuição de drogas do RN para a Europa e estados vizinhos", explicou Nilton Arruda, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (SInpol-RN), um dos porta-vozes do Foseg.

Rota de tráfico

"É inegável que a facção paulista tem um enorme poderio econômico. Mas, é importante ressaltar que ela não gasta dinheiro com essa guerra que ocorre em nosso estado. Como uma 'empresa', ela investe no que pode trazer grandes lucros. Neste caso, é o tráfico de drogas que interessa", acrescentou o policial.

Ainda de acordo com Nilton, o RN não possui um grande mercado consumidor de drogas, mas é uma forte rota para alguns estados do Nordeste, e uma das principais rotas brasileiras para o mercado europeu.

Para o Foseg, a disputa territorial pelo controle do tráfico de drogas no Rio Grande do Norte é uma das principais causas dos altos índices de violência no estado, senão a mais grave delas. Hoje, o RN aparece como o estado com a maior taxa de homicídios do país. Segundo o Fórum Nacional de Segurança Pública, foram 2.386 mortes violentas no estado em 2017, o que representa 68 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. A média nacional possui uma taxa de 63.8.

No ano passado, 2.405 pessoas foram assassinadas no estado. Este ano, a Secretaria de Segurança Pública confirma que 1.340 já foram assassinadas entre 1º de janeiro e a manhã desta terça (21).

"Não por acaso, é perfeitamente possível correlacionar o aumento da criminalidade no RN com o início da atuação do crime organizado, obviamente desatrelando outros fatores sociais macros como desemprego, má-distribuição de renda, dentre outros", complementou o cabo Dalchen Viana, presidente da Associação de Bombeiros Militares do RN, que também é representante do Foseg.

*Matéria reproduzida do Portal G1RN / Fim da Linha

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