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sábado, 18 de janeiro de 2014

Seca reduz produção e usina atrasa salários no RN




A seca agrava os prejuízos no Rio Grande do Norte. A usina Vale Verde, localizada no município de Baía Formosa e considerada uma das maiores do Estado em termos de produção, espera moer, nesta safra, 700 mil toneladas de cana. O volume é 20% inferior ao processado na safra passada e 40% inferior se levar em conta as safras normais. A redução, observa Saulo Vasconcelos, diretor industrial da usina, é a maior já registrada pela usina em toda a sua história. No Rio Grande do Norte, a produção caiu quase 40%. O estado que já chegou a produzir 3,2 milhões de toneladas, hoje produz, em média, 2 milhões.
Magnus NascimentoFalta de chuva prejudica produção, que terá queda de 40% em relação aos anos de inverno normal
Falta de chuva prejudica produção, que terá queda de 40% em relação aos anos de inverno normal

Os prejuízos no campo já se refletiram no caixa do grupo Farias, que atrasou o pagamento de funcionários em solo potiguar. Trabalhadores entraram em contato com o jornal, se queixaram do atraso, e admitiram temer o fechamento da usina, que é a maior geradora de empregos do município. Segundo a Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn), alguns trabalhadores passaram até cinco meses sem receber os salários.

O grupo Farias não confirmou a informação. A situação já foi regularizada e agora os empresários esperam a chegada das chuvas. A ideia, segundo Saulo, é investir no campo e tentar aumentar a produção já na próxima safra. O valor a ser investido não foi revelado.

“A seca nos obrigou a reduzir o período de moagem. Colhemos menos cana de açúcar e por isso tivemos problemas de abastecimento. Isso gerou uma dificuldade de fluxo e nos levou a atrasar o pagamento dos funcionários, mas o problema já está sendo administrado e os salários, em dia”, explicou Saulo Vasconcelos, que trabalha há mais de 30 anos na usina. Hoje a usina emprega diretamente 3,5 mil pessoas.

A Vale Verde não é a única que enfrenta este problema. Segundo Renato Lima, presidente da Asplan, todos os outros produtores de cana registraram queda na produção, nas últimas safras. Em alguns casos, a queda ultrapassou até 50%. A situação, segundo ele, só será normalizada quando voltar a chover.

“E mesmo que volte a chover, o estado levará em média quatro anos para voltar a produzir o que produzia antes da seca”, estima Renato Lima. Segundo ele, a queda na produção não deverá se refletir em aumento do preço do quilo do açúcar. “Usinas do Centro-Sul, principal região produtora, têm abastecido o mercado local. Os preços têm se mantido estáveis nas prateleiras, mesmo diante da queda da produção no Nordeste”, justifica.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), braço operacional do governo federal, chegou a anunciar em agosto de 2013 a redução da taxa de juros para a renovação dos canaviais no país. O objetivo era frear a queda na produção, mas o endividamento do setor canavieiro, que girava em torno dos 70% no estado na época, impediu que os produtores acessassem os recursos e ampliassem a produção.

Fonte Tribuna do Norte

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