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segunda-feira, 6 de março de 2023

Preso desde 12 de dezembro, Cacique Serere estaria enfrentando graves problemas de saúde no cárcere (veja o vídeo)

 Segunda, 06 de Março de 2023

A prisão do cacique e líder indígena conservador Serere Xavante, em 12 de dezembro do ano passado, ainda segue sem uma resposta precisa sobre o que a motivou.

Sabe-se que o líder indígena, um defensor do conservadorismo, gravou, na época, uma série de videos na Esplanada dos Ministérios, durante atos em defesa da liberdade e da democracia. Alguns, porém, com falas mais fortes, foram considerados ofensivos e ameaçadores. Veio, então, a ordem de prisão, expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

O encarceramento, bem como sua manutenção até os dias de hoje, entretanto, ainda é algo fora da curva, considerando que o processo corre em sigilo de justiça e que não há notícias de prisão de indígenas no Brasil por crimes de manifestação de pensamento.

Segundo informações de fontes que têm acesso ao cacique, através de sua família – ele é casado e tem seis filhos – como a apresentadora do Jornal da Noite, da TV JCO, Carina Belomé, esse período de prisão estaria causando sérios danos à sua saúde.

Segundo Belomé, Serere já perdeu 25kg, nestes pouco mais de dois meses e meio. No início de janeiro, correu também a notícia (pela esposa dele e também em um vídeo da deputada federal Silvia Waiãpi) de que ele teria sofrido uma parada cardíaca em sua cela, na Papuda

Essa última informação, entretanto, não foi confirmado oficialmente pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (SEAPE/DF).

Carina Belomé, que tem atuado de forma incansável para auxiliar as centenas de ‘presos políticos’ da manifestação de 8 de janeiro, falou da dramática situação de Tesere, e chegou a se emocionar ao vivo, no Jornal da Noite.

Ela também declamou uma poesia, escrita de próprio punho, para homenagear o amigo.

Confira abaixo o vídeo e a transcrição da poesia:

CACIQUE SERERÊ

Um guerreiro da mata
Xavante de corpo e alma
Uma voz que ecoa aos ventos
Entoa o amor ao tormento
Liberdade! Oh! Liberdade, onde estás?
Calaste diante do filho teu, que silencia no torpor dos dias seus
Onde fazem-se presentes os fariseus
Índio de honra
Pprisão não te adorna
Derramou lágrimas pela verdade
Agora definhas pela vaidade daqueles covardes
A injustiça é um monstro e pisa forte
Fazendo sangrar toda a honra de nossa gente
Estamos aqui, em oração e luta
Pela tua liberdade
Somos cúmplices da tua saudade
Sererê, Xavante de guerra
A tua luta é sincera
A ti devemos nossa missão
Em continuação pelos filhos da nação.
Meu coração sangra pela injustiça
Dessa infinita cobiça
Que insiste em rasgar a alma dos justos
Mas vamos continuar firmes e juntos
Recebe a minha gratidão
Cacique Sererê
Índio de guerra
A liberdade te espera...
Eu te vi chorar
Eu te vi orar
Daqui eu ajoelho e coloco-me a emanar
A luz que vai te acalmar
Será um dia imenso de festa
Na história que se manifesta
Nas páginas dos livros
De um Brasil infinito

Carina Belomé

Escrevo esse poema em lágrimas pela dor que um povo omisso causa deixando uma elite tomar conta do poder, onde amanhã poderemos ser a vítima desse monstro que emana no poder.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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