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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Relato da White Martins sobre a crise de oxigênio em Manaus desmente versão do governador

 Terça, 18 de Janeiro de 2021

Após o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), ter ido à imprensa justificar que uma das razões da crescente crise sanitária no estado pela falta de cilindros de oxigênio no local, a empresa White Martins, uma das maiores fornecedoras de oxigênio hospitalar do Brasil, deu explicações sobre o caso, em uma extensa e detalhada nota ao Radar Econômico, da Veja.

No documento, a White Martins justificou que, embora as críticas levantadas pelo gestor estadual, a companhia “tem mobilizado todos os esforços para suprir a demanda exponencial de oxigênio, que já aumentou cinco vezes, nos últimos 15 dias, alcançando um volume de 70 mil metros cúbicos por dia”.

De acordo com a fornecedora de oxigênio, a firma triplicou a capacidade nominal de produção da unidade local, em Manaus (25 mil m3/dia), “e segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade”.

E acrescentou:

“Para se ter uma ideia, durante a ‘primeira onda’ da pandemia, entre abril e maio de 2020, o consumo alcançou um pico de volume de 30 mil metros cúbicos por dia. Anteriormente à pandemia, esta planta operava com 50% de sua capacidade e isso era suficiente para atender todos os clientes dos segmentos medicinal e industrial que somavam um consumo na ordem de 10 a 15 mil m3 por dia”, explicou a direção do grupo.

A White Martins citou o cenário atual de crise sem precedentes da pandemia de Covid-19 e a situação de calamidade pública no estado do Amazonas, como motivos que forçaram a empresa a ampliar - até o limite máximo - a capacidade de produção da planta de Manaus: de 25 para 28 mil metros cúbicos por dia – e direcionou toda a produção de oxigênio da unidade para o segmento medicinal.

“A unidade, em Manaus, já havia passado, ao longo de 2020, por processos de ampliação que permitiram à empresa aumentar, significativamente, sua capacidade de produção local. Uma das iniciativas foi a instalação de um compressor de ar adicional na operação com capacidade nominal de produção de 700 m3 por hora e que permitiu obter um incremento no volume de 1800 m3 por dia. Naquele momento, a empresa também aumentou a estocagem de oxigênio líquido em cerca de 30% para garantir ainda mais confiabilidade no fornecimento do produto”, argumentou.

A empresa também alegou que a logística para a região é “extremamente desafiadora” por não contar com acesso terrestre. Por isso, a empresa vem implementando uma grande operação por vias fluvial e aérea, em cooperação com as autoridades governamentais e as forças armadas, para trazer oxigênio de fábricas localizadas em outros estados.

“Logo no início de janeiro de 2021, a companhia deslocou para esta operação 23 carretas criogênicas e 4 isotanques de 7 estados diferentes, que permitiram o incremento do volume médio de 22 mil metros cúbicos por dia. Também já viabilizou o envio de 500 cilindros com suporte da FAB, o que representou um acréscimo de volume de 5.000 metros cúbicos”, complementou.

Por fim, a White Martins já colocou à disposição das autoridades o envio de 32 tanques criogênicos móveis que, neste momento, estão em São Paulo, aguardando nova mobilização para serem transportados para Manaus. Além disso, identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e, neste momento, está atuando para viabilizar a importação do produto para a região.

Os esclarecimentos contradizem o governador Wilson Lima que, semana passada, culpou a empresa pelo caos na saúde do Amazonas.

Na ocasião, o chefe do Executivo estadual afirmou que entrou com uma ação contra as empresas que fornecem oxigênio para os hospitais de Manaus e disse, em entrevista para a imprensa, que elas seriam responsabilizadas.

“O estado do Amazonas se preparou em tudo aquilo que era possível. Eu recebi o comunicado de que faltaria oxigênio efetivamente, que as empresas não teriam condições de abastecer na quantidade que a gente necessitava, durante a madrugada. E disseram que dali a cinco horas teria hospital sem abastecimento”, informou.


Fonte: Jornal da Cidade Online 

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