martins em pauta

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Policiais reivindicam anistia, ajuste salarial e outros 16 pontos para encerrar motim de militares no Ceará

Sexta, 28 de Fevereiro de 2020

Paralisação de parte dos policiais militares do Ceará chega ao 10º dia com batalhões ocupados e número de homicídios acima da média.


Os policiais militares paralisados no Ceará apresentaram nesta quinta-feira (27) 18 pontos de reivindicação para encerrar o motim da categoria. O primeiro deles é a anistia dos policiais que aderiram ao movimento grevista. O governador do Ceará, Camilo Santana, havia dito na sexta-feira que não negociaria anistia dos militares amotinados.

Os policiais demandam também reajuste salarial, auxílio por risco de vida, auxílio de insalubridade, adicional noturno e outros pontos. Confira a lista abaixo.

As condições para encerrar o motim foram apresentadas na segunda reunião da comissão formada por representantes dos poderes legislativo, judiciário e executivo, além de representantes do Ministério Público, Exército e Polícia Militar.

A pauta de reivindicação será levada agora ao governador Camilo Santana, que analisará a proposta.

Reivindicação dos policiais

1. Anistia Administrativa e Criminal dos policiais;

2. Reajuste salarial com aplicação da inflação dos anos 2021 e 2022;

3. Equiparação do auxílio alimentação dos militares aos valores dos demais servidores do estado;

4. Regulamentação das escalas de serviço: 12x24 (12 horas de trabalho para 24 horas de folga) e 12x72;

5. Reajuste do pró-labore do BSP, valores equivalentes a 30% dos valores salarias percebidos da respectiva graduação e/ou postos da ativa;

6. Auxílio saúde ou recriação do Hospital da Polícia Militar;

7. Fim da idade limite para concorrer ao CFO por militares estaduais;

8. Reajuste das diárias de pousada e alimentação;

9. Plano habitacional destinado a militares;

10. Isenção de ICMS para aquisição de armas e munições pelos militares estaduais;

11. Auxílio uniforme;

12. Auxílio de risco de vida;

13. Auxílio insalubridade;

14. Adicional noturno;

15. Revisão de pontos da Lei de Promoções;

16. Isenção de condutores de viaturas policiais e por danos causados em acidentes;

17. Equiparar as viúvas e pensionistas com benefícios dos anos de 2004 a 2011;

18. Exclusão da proibição da consignação das associações de policiais militares.

Os policiais militares escolheram como intermediador um coronel reformado do Exército, que é advogado de associações militares.

“Quando os ânimos se acalmarem, aí nós falaremos como é que pode ser negociada a situação dos policiais, como pode ser negociado esse dilema em que se entrou”, disse o coronel Walmir Medeiros.

Desde o início do movimento, o estado registrou 195 homicídios. O número representa um aumento de 57% em relação aos casos registrados durante a última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012).

Subiu para 47 o número de policiais militares presos desde o início do motim. Desse total, 43 agentes foram presos por deserção, que é o abandono do serviço militar; 3 presos por participar em motim; e 1 PM preso por queimar um carro particular.

Resumo:

5 de dezembro: policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.

31 de janeiro: o governo anunciou um pacote de reajuste para soldados.

6 de fevereiro: data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.

13 de fevereiro: o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.

14 de fevereiro: o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.

17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.

18 de fevereiro: três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.

19 de fevereiro: batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados. O senador Cid Gomes foi baleado em um protesto de policiais amotinados.

20 de fevereiro: policiais recusaram encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo Governo do Ceará para chegar a um acordo.

21 de fevereiro: tropas do Exército começam a atuar nas ruas do Ceará.

22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde o início do motim. Antes do movimento dos policiais, a média era de seis assassinatos por dia. Governo do Ceará anuncia afastamento de 168 PMS por participação no movimento.

24 de fevereiro: ministro Sergio Moro visita Fortaleza para acompanhar a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

25 de fevereiro: governo divulga que já tem 43 policiais presos por deserção, motim e queima de veículo particular.

26 de fevereiro: Comissão formada pelos três poderes é criada para buscar soluções para paralisação dos PMs. Ceará pede ao governo federal prorrogação da presença de militares do Exército no estado.


Fonte: G1 CE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643