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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Brasileira denuncia ter sofrido violência sexual em voo para Londres


Quinta, 13 de agosto de 2015


Durante 38 dias, a jornalista Juliana Holanda, 33, guardou para si as cenas de um dos piores momentos que passou na vida. Chegou a comentar o que aconteceu apenas com parentes e amigos próximos. Mas no começo desta semana, ela decidiu tornar pública a violência sexual que sofreu dentro de um avião da empresa Ethiopian Airlines. "Passei alguns dias até ter coragem de escrever esta história. Sei que é muita exposição, mas é um absurdo que as mulheres continuem sendo tratadas desta forma em pleno século 21. Até quando seremos silenciadas diante de abusos e de agressores?". É assim que ela começa um relato sincero e de revolta, publicado em seu perfil no Facebook, sobre o que ocorreu em 3 de julho deste ano. A pernambucana conta que viajava de Natal, onde mora, para Londres (Inglaterra), para participar de um curso de qualificação profissional. A violência aconteceu, segundo ela, no voo ET 700 que saiu de Addis Ababa (Etiópia) em direção à capital inglesa. "Eu estava viajando há mais de 24 horas e, apesar de cansada, não consegui dormir no voo. Fiquei apenas de olhos fechados, escutando música. Foi a minha sorte. Eu estava na poltrona da janela. Algumas horas após a decolagem, as luzes estavam apagadas. O homem que estava ao meu lado começou a se masturbar virado para a minha direção. Notei o movimento da cadeira e abri os olhos sem acreditar no que estava acontecendo. Nesse momento, ele estava tentando pegar em mim", ela afirma. A jornalista lembra que se levantou e foi pedir ajuda à tripulação. Ela teve de insistir para falar com o responsável pelo voo e mudar de poltrona. "Comecei a chorar de susto, raiva, vergonha, impotência, tudo misturado", diz. "[A responsável pelo voo] começou a me perguntar o que tinha acontecido, ali mesmo, na frente das pessoas. Eu expliquei. Ela perguntou se eu tinha testemunhas. Eu disse que as luzes estavam apagadas e as pessoas ao redor estavam dormindo. Ela disse que, sem testemunhas, ela não poderia fazer nada." "É revoltante que uma empresa não respeite os direitos da mulher e que diga que só agiria se tivesse ocorrido um estupro", critica Juliana, em conversa com a reportagem do UOL.

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