Sábado, 04 de Março de 2023
Quando Gilmar cobrou Pacheco pela apresentação da abertura da CPI da invasão no Senado, muitos me questionaram. Ninguém entendia a posição do Supremo no caso, já que os posicionamentos anteriores eram geralmente contra reivindicações bolsonaristas.
É aí que está o pulo do gato.
A CPI no Senado, no que compete ao ocorrido no dia oito, foi criada pela Senadora justamente para “amenizar” os pontos sensíveis, que seriam abordados com ênfase pela oposição ao governo na comissão, que seria mista, e liderada pela Câmara. Por isso Pacheco se pronunciou a favor, e por isso Jaba (The Hutt) também cobrou o líder do Senado. Mas nem essa tentativa suaviza os problemas do PT.
Na verdade, essa CPI pode nem acontecer, e não só pelos problemas que causaria ao governo. As assinaturas que Soraya recolheu são de Senadores que já terminaram seus mandatos, e talvez ela precise dos novos eleitos, para criar a comissão.
Uma CPI, por mais que seja instrumentalizada pelo governo, ainda atrapalharia os trabalhos legislativos, e atrasaria toda uma articulação construída com cuidado em cima do arcabouço fiscal e da Reforma tributária.
Quando penso na mista, não vejo nossos parlamentares fazendo a pressão necessária para que os deputados que aderiram não retirem suas assinaturas. O PT está trabalhando para isso, e dois já retiraram. Cabe a as lideranças da direita no legislativo impulsionar essas ações e pressionar como nunca, o Reino do Molusco. Além disso, outro erro grave: A CPMI não tem apelido. Depois de tanto tempo acompanhando política, o pessoal não enxerga o poder da semiótica nas interpretações. Se eu pudesse escolher um nome, chamaria ela de “CPMI dos infiltrados”.
Forte e direto ao ponto.
Independente disso, agora é continuar a cobrança, e acompanhar as ações, mantendo a pressão. Apesar de todos os problemas, ainda acredito em uma boa oposição dos nossos parlamentares. Mas isso só vai acontecer se houver menos notícias no feed das redes, e mais processos nos vermelhos.
E por isso, eles devem ser cobrados também.
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