Segunda, 23 de Abril de 2018
Suspeito aparece com crianças com passaportes pendurados | Foto: Facebook
Um angolano está sendo investigado pela Polícia Federal por ter falsificado documentos, conseguido passaportes e enviado, ilegalmente, ao menos cinco crianças do Rio de Janeiro para fora do Brasil. A PF trabalha com a linha de investigação de que o caso envolva tráfico de pessoas ou prostituição infantil. Lutezo Daniel Lovi, de 44 anos, está custodiado na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele foi preso no dia 1º de março. Para cometer as ações, Lovi teria oferecido dinheiro a mulheres em situações vulneráveis da comunidade Cinco Bocas, em Brás de Pina, na Zona Norte, para que elas fossem a maternidades ou a hospitais em que conceberam seus filhos e solicitassem a segunda via da Declaração de Nascido Vivo (DNV) das crianças, que é emitido por unidades de saúde. Com esse documento, é possível registrar recém-nascido em cartório e emitir certidão de nascimento. Foi através dos DNVs que o angolano deu entrada em documentos de cinco crianças e obteve passaporte para todas elas. As mulheres que foram abordadas por ele contaram na delegacia da PF, em Niterói, que ele ofereceu R$ 250 para que elas emitissem o documento. Como desculpa para a necessidade do papel, o angolano dizia às mulheres que as declarações seriam usadas para trazer crianças da África para o Brasil. "Ele me pediu se eu topava conseguir a guia amarela para ajudar trazer parentes dele [da África] pra cá", disse uma das mulheres, que preferiu não ser identificada. As mulheres abordadas eram "humildes e com nível irrisório de conhecimento", disse o advogado Arthur Mattos Filho, que atua na defesa das pessoas que venderam as declarações a Daniel Lovi. Desde junho de 2017, o angolano retirou cinco passaportes em nome de cinco crianças diferentes, com idades entre 6 e 11 anos. Nos registros da PF, ele aparece como pai de todas elas, mas cada uma tem uma mãe diferente.
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