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domingo, 1 de outubro de 2017

EUA apoiam Brasil em disputa com Bombardier

Sábado, 01 de outubro de 2017 

por Jamil Chade, correspondente | Estadão Conteúdo
Foto: Divulgação

O governo do Canadá será julgado pelos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC) por conta dos subsídios que sua empresa, a Bombardier, teria recebido ao longo dos últimos dez anos. O caso foi apresentado pelo Itamaraty ontem (29), em Genebra, e ganhou o sinal verde para que uma longa disputa comercial seja uma vez mais iniciada entre os dois países. Mas a Embraer, que afirma ter sido prejudicada, ganhou dessa vez o apoio do governo de Donald Trump. Washington, nesta semana, concluiu uma investigação sobre os jatos da Bombardier e constatou que a empresa teria recebido incentivos ilegais. O Departamento de Comércio, portanto, estabeleceu uma sobre taxa de 219% sobre os aviões que estão sendo questionados pelo Brasil. Ontem, a Casa Branca voltou a se pronunciar e se disse "satisfeita" com o início do processo contra os canadenses, principalmente com a iniciativa do Brasil de pedir um levantamento oficial de todos os dados de subsídios prestados aos canadenses. Os americanos indicaram que farão parte da queixa, na condição de terceira parte. O principal argumento do governo brasileiro é que, diante de um apoio do estado canadense em mais de 20 diferentes programas, a Bombardier prejudicou as exportações da Embraer. Cerca de US$ 3 bilhões teriam sido destinados para financiar uma nova linha de jatos, o C-Series. O governo considera que, sem essas medidas, o programa C-Series da Bombardier simplesmente não teria sobrevivido. Mais preocupante é que, como consequência dessas medidas de apoio, as condições de concorrência agora favorecem de forma injusta a Bombardier. Na avaliação do Itamaraty, a situação "continua a causar" prejuízos e "ameaça os interesses do Brasil na indústria aeroespacial". O Brasil espera que, com esse pedido de painel, o Canadá seja obrigado a colocar suas medidas em conformidade com as obrigações na OMC. "O Brasil considera que esse processo será essencial para restaurar as condições justas de concorrência no mercado", disse o diplomata Celso Pereira, representante legal do Brasil no órgão de solução de disputas da OMC.

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