Domingo, 13 de Setembro de 2015
por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Mateus Coutinho / Estadão Conteúdo

Foto: Reprodução / Fotos Públicas
Apontado por delatores da Lava Jato como 'representante' do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) para negociar propinas no esquema de corrupção na Petrobras, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) não soube explicar à Polícia Federal porque teve uma evolução patrimonial de R$ 300 mil em 2006 para R$ 6,8 milhões em 2010, conforme ele próprio declarou à Justiça Eleitoral. Diversas vezes o parlamentar recorreu a uma explicação singela - 'não me recordo' - para valores em espécie que mantinha em sua casa e outros bens, como propriedades rurais no Tocantins. O parlamentar depôs no dia 27 de agosto. Ele foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, como 'representante' do presidente do Senado no esquema de propinas na estatal. Aníbal Gomes negou à PF que fosse emissário de Renan.

Aníbal Gomes (PMDB-CE) / Foto: Glauber Queiroz/MESobre os valores que não conseguiu explicar, afirmou apenas que pediu ao seu contador "conhecido como Tim" para "que apresentasse uma justificativa para a evolução patrimonial constatada a partir destas duas declarações (de bens de 2010 e 2014)". O esquecimento do parlamentar surpreendeu os investigadores. "Que, indagado da origem do valor de R$ 1,3 milhão em espécie, constantes de sua Declaração à Justiça Eleitoral de 2010, o declarante afirma que este valor decorre da venda de sua participação em uma empresa cujo nome não se recorda", anotou a Polícia Federal no termo de declarações de Aníbal Gomes.
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