Terça, 28 de outubro de 2025

A partir desta segunda-feira (27), os bancos associados à Febraban terão que apertar o cerco contra contas laranja e empresas de apostas online que operam fora da lei. A nova autorregulação obriga o encerramento imediato de contas fraudulentas e o repasse de informações ao Banco Central, numa tentativa de frear golpes, fraudes digitais e lavagem de dinheiro.
Contas “laranja” – abertas legalmente, mas usadas por terceiros para crimes – e contas frias, criadas sem o conhecimento do titular, serão alvo de políticas rígidas. Empresas de apostas sem autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) também terão as contas encerradas. O objetivo é tirar do mercado quem tenta usar o sistema financeiro como abrigo do crime.
“Estamos criando um marco contra relacionamentos tóxicos com clientes que alugam ou vendem suas contas para golpes, fraudes e ataques cibernéticos”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban. As regras incluem recusa de transações suspeitas, monitoramento contínuo pela entidade e punições que vão de advertência a exclusão do sistema de autorregulação.
Bancos também terão que manter políticas internas para identificar e encerrar contas suspeitas, apresentar declarações de conformidade e orientar clientes sobre prevenção a golpes. A Febraban prevê participação ativa de áreas de prevenção a fraudes, compliance, jurídica e ouvidoria na fiscalização.
O endurecimento das regras acontece num momento de explosão de crimes digitais e movimentações financeiras suspeitas no Brasil. Casos como a Operação Carbono Oculto, que desarticulou esquema bilionário do PCC, e ataques cibernéticos a empresas terceirizadas de bancos reforçam a urgência de controles mais rígidos. Sidney alerta: “Quem negociar a integridade do sistema financeiro vai sentir o braço forte do Estado e dos reguladores”.
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