Sábado, 30 de agosto de 2025
Antes de mais nada importante pontuar que é preciso ter muito cuidado em separar o discurso “Tarcísio foi escolhido candidato” de “Tarcísio quer ser candidato”
Sim, o sistema tem Tarcísio como candidato ideal por inúmeros motivos: alguns que considero muito bons, outros nem tanto.
Mas, tem um motivo que a Faria Lima engole e que só quem conhece Tarcísio sabe que é algo inegociável que é sua lealdade a Jair Bolsonaro.
Aqui cabe mais um parênteses: apesar de todos os ataques (alguns compreensíveis), Tarcísio não é traidor. Muito pelo contrário. Tarcísio é um dos nossos que está sendo jogado aos leões sem ter muito como se defender.
Agora o desenho:
Não adianta que nenhum nome seja escolhido se esse nome não for aprovado como legítimo pelo entorno de Donald Trump.
A Faria Lima continua fechando os olhos para o movimento internacional.
Não entendeu a Magnitsky e não está entendendo o recado do governo americano.
Hoje, uma eleição não auditável e sem Bolsonaro ou alguém escolhido por ele (e não pelo sistema), não será aceita.
Sim, Tarcísio pode ser apoiado por Bolsonaro, mas para o governo americano isso não basta.
Mesmo sendo de confiança de Jair, a candidatura de Tarcísio na pressão, pode ser considerada pelo governo americano como ilegítima.
E Trump já mostrou como faz quando considera um governo ilegítimo. E como age com países que são dominados pelo narcotráfico.
Portanto Faria Lima, se não quiserem acordar em 2028 (ou até antes) com navios de guerra na costa brasileira, sugiro que façam um interlocutor real com quem fala diretamente com o governo americano.
Flavia Ferronato. Advogada.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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