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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Jornal Nacional: delator diz ter feito doação em quatro parcelas a Henrique

Sexta,17 de junho de 2016


O Jornal Nacional destaca que Henrique Eduardo Alves pediu nesta quinta-feira (16) demissão do cargo de ministro do Turismo. Segundo o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, ele foi um dos políticos favorecidos no repasse de propina. É o terceiro ministro a deixar o governo interino de Michel Temer.

Henrique Eduardo Alves, do PMDB, era um dos mais próximos ministros do presidente em exercício, Michel Temer. É o terceiro ministro a cair por causa da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Machado disse que Henrique Alves sempre procurava por ele antes das eleições. E que conseguiu para ele R$ 1,550 milhão. Dinheiro de propina de empreiteiras que tinham negócios com a Transpetro.

Machado: Eu doei a ele quatro parcelas. Uma em 2008 de R$ 300 mil da Queiroz Galvão, uma em 2010 de R$ 500 mil da Galvão Engenharia, uma em 2012 da Queiroz Galvão de R$ 250 mil e outra em 2014 da Queiroz Galvão de R$ 500 mil.

Henrique Alves já havia sido citado em outros casos de corrupção investigados pela Lava Lato. Há dois pedidos de investigação contra ele no Supremo Tribunal Federal.

Um deles é referente ao inquérito-mãe da Lava Jato, que apura se existiu uma organização criminosa para desviar dinheiro da Petrobras, e outro que apura se o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, pediu dinheiro da empreiteira OAS para beneficiar Henrique Alves.

Na carta de demissão, Henrique Alves disse que o momento nacional exige atitudes pessoais em prol do bem maior e que não quer criar constrangimentos ou qualquer dificuldade para o governo. Ele afirmou que está seguro de que todas as ilações envolvendo o nome dele serão esclarecidas, e agradeceu o apoio de Temer.

Também pesou na saída de Henrique Alves o fato de ele ter sido citado em outra delação, que ainda não se tornou pública: a de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Aliados aconselharam Michel Temer a não nomear Henrique Eduardo Alves ministro do governo. Havia um consenso de que, mais cedo ou mais tarde, ele seria atingido por novas denúncias na Lava Jato que iriam obrigá-lo a deixar o governo.

Mas Temer manteve Henrique Alves no governo em gratidão por uma longa amizade política. Como ministro, Henrique Alves garantia o direito de ser julgado no Supremo, e não pelo juiz Sérgio Moro. Com a demissão, ele perde o chamado foro privilegiado.

A oposição disse que a queda de mais um ministro enfraquece o governo Temer. “Acho que a queda de mais um ministro é proveniente exatamente da podridão do sistema político que está envolvendo todos os partidos políticos do nosso país, por isso o governo Temer não se sustentará”, afirmou o senador Paulo Rocha (PT-PA).

Aliados de Temer disseram que, mais uma vez, o governo deu respostas rápidas para a crise. “O governo do presidente Michel Temer e a atitude dele é diferente do governo anterior, onde o PT passava a mão na cabeça dos seus. O presidente Michel Temer não tem essa prática. Então, tem que haver essa avaliação”, afirmou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).

A Queiroz Galvão declarou que as doações eleitorais da empresa obedecem à lei. A Galvão Engenharia e a OAS não quiseram se manifestar.

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