Terça, 14 de Junho de 2016
Foto: Xenïa Antunes / Wikipedia Commons
Diplomatas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) demonstraram preocupação e surpresa com a nota divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty) na última quinta-feira (9) ameaçando revisar um voto dado no dia 14 de abril sobre a defesa dos patrimônios históricos nos territórios ocupados pela Palestina. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, o voto do Brasil na 199ª sessão da entidade, seguiu a da maioria dos países – 33 se posicionaram favoráveis à Autoridade Palestina, 6 ficaram contra e 17 se abstiveram. Agora sob gestão de José Serra, o Itamaraty sinalizou que quer mudar o voto, o que também representa uma alteração na política de relações internacionais do país. A posição da Unesco é crítica à Israel e teve amplo apoio de potências, como França, Espanha, Suécia e Rússia. Do lado dos que votaram contra, estão Grã-Bretanha e Alemanha. “O fato de que a decisão não faz referência expressa aos vínculos históricos do povo judeu com Jerusalém, particularmente o Muro Ocidental, santuário mais sagrado do judaísmo, é um erro que torna o texto parcial e desequilibrado”, argumentou o Itamaraty. A pasta informou continuar a favor do livre acesso dos fiéis das três religiões relacionadas, cristianismo, islamismo e judaísmo, aos lugares santos da Cidade Velha de Jerusalém. “O governo brasileiro revisará seu voto caso as deficiências apontadas na referida decisão não sejam sanadas em futuro exame do tema pela Unesco”, diz a nota.
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