martins em pauta

domingo, 2 de agosto de 2015

UMA REUNIÃO, SEM PAUTA E SEM SOLUÇÕES

Domingo, 02 de agosto de 2015

Artigo

POR ELVIRO REBOUÇAS 

Elviro Rebouças é economista e empresário

Faltando apenas quatro dias para o reinício do ano legislativo no (hostil) Congresso Nacional, a Presidente Dilma Rousseff, com uma convocação de última hora, conseguiu agregar nesta última quinta-feira (dia 30 de julho) os Governadores dos Estados, alguns representados. Inicialmente presentes ao Palácio do Planalto, o encontro foi obrigado a ser transferido às pressas, com os participantes atônitos, e sem saber o que tratariam na reunião, para o Palácio da Alvorada, pois aproximadamente dois mil grevistas batucavam e vaiavam sem cessar em frente ao Planalto, mesmo acossados pela guarda presidencial. Dona Dilma Rousseff, acolitada pelo deslocado Vice-Presidente Michel Temer, abriu o encontro, contrafeita e visivelmente abatida, merecendo até compaixão de todos os presentes, correligionários e adversários. Segundo a grande imprensa nacional, não havia pauta estabelecida, a nossa Presidente clamou pelo apoio à governabilidade, mencionou a necessidade de ter os apoios dos parlamentares federais ligados aos governadores presentes, para poder atravessar o dificílimo momento nacional, com uma possível pauta bomba no reinício do Congresso, solicitando corte de despesas em todos os níveis. Segundo o jornal O Estado de São Paulo (edição de 31 de julho) houve um vácuo durante a sessão, quase ninguém entendendo as razões do chamamento, já que de concreto nada foi estabelecido, a não ser a fotografia da Presidente, Vice e Governadores, assim mesmo sem alegria ou sorrisos naturais a tais ocasiões. Não houve promessa nem de obras, ou melhoria de segurança pública, da saúde, da educação, enfim nada que viesse a minorar a angústia dos aflitos governantes presentes, todos com cofres vazios e problemas em cada estado para serem resolvidos já há bastante tempo, e nada. Quatro horas de conversa para nada, foi outro gol contra da Presidente, era o comentário ouvido dos governadores ligados ao PT e PMDB.

De Selic a conta de luz, o que encarece o crédito ao consumidor

A elevação da taxa básica de juros, a Selic, que passou agora para 14,25% ao ano, é um dos fatores que têm feito o crédito ao consumidor ficar mais caro nos últimos meses. Mas não é o único. Segundo economistas, cinco componentes influenciam o custo dos empréstimos e financiamentos: impostos, despesas operacionais, risco de inadimplência, margem de lucro dos bancos e, claro, a própria taxa Selic. Tomar dinheiro emprestado tem ficado cada vez mais caro, porque todos esses itens estão em tendência de alta.

Superávit primário do Brasil tem pior semestre da série histórica

Por causa dos gastos públicos que não param de crescer e da recessão econômica que fez minguar a arrecadação de impostos, o Estado brasileiro teve o pior resultado das contas públicas no primeiro semestre já visto. União, estados, municípios e empresas estatais economizaram apenas R$ 16,2 bilhões para pagar juros da dívida pública nos seis primeiros meses deste ano. Foi o desempenho mais baixo desde quando o Banco Central (BC) passou a registrar os dados em 2001. O resultado das contas públicas só ficou no azul (ou seja, houve superávit primário) porque os governos regionais conseguiram poupar, já que a União gastou muito mais do que arrecadou. O dado de junho também foi o pior da série histórica e ficou no vermelho, com déficit de R$ 9,3 bilhões.

De acordo com o BC, a União teve um déficit primário de R$ 1,9 bilhão no semestre. Por outro lado, estados e municípios economizaram R$ 19,3 bilhões no período. Já as empresas estatais tiveram desempenho negativo de R$ 1,2 bilhão. O PIB de 2015 deverá cair 2%, aproximadamente.

EM 12 MESES, DÉFICIT DE R$ 45 BI

Na quinta-feira, foi anunciado o dado referente ao governo central (formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), que registrou no período de janeiro a junho de 2015 um déficit primário de R$ 1,597 bilhão. Foi a primeira vez que o governo central teve resultado negativo no primeiro semestre de um ano. No mês de junho, o déficit chegou a R$ 8,205 bilhões. E, pelo segundo mês seguido, a equipe econômica não conseguiu poupar nenhum centavo para o pagamento de juros da dívida pública. O resultado de junho foi o pior da série histórica do Tesouro, iniciada em 1997.

Por causa dos sucessivos déficits no ano passado, o resultado das contas públicas nos últimos 12 meses é de déficit primário de R$ 45,7 bilhões. Isso corresponde a 0,8% do PIB. É o pior desempenho da série iniciada em 2001.

Esse descontrole de gastos públicos é ainda pior num cenário de alta de juros. O Brasil gastou nada menos que R$ 417 bilhões somente em juros da dívida pública nos últimos 12 meses. Isso corresponde a 7,32% do PIB: outro recorde. Por causa dessa despesa com encargos da dívida pública, faltaram R$ 462,7 bilhões para fechar as contas. Esse déficit nominal (de 8,12% do PIB) também é o pior da história



Fonte: Carlos Skarlack

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643