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terça-feira, 4 de agosto de 2015

Levy diz que Dilma vai sancionar projeto que autoriza uso de depósitos judiciais

Terça, 04 de Agosto de 2015


por Lisandra Paraguassu, Bernardo Caram, Rafael Moraes Moura e Talita Fernandes | EC
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff vai sancionar o projeto de lei que autoriza o uso dos depósitos judiciais pelos Estados mantendo a hierarquia dos gastos, ponto que inicialmente desagradava os governadores. A sanção foi anunciada agora há pouco pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e deve ser publicada até quarta-feira (5). Em uma reunião na tarde desta segunda (3) entre representantes dos governadores e os ministros da Fazenda e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, os governadores aceitaram a argumentação do governo de que a retirada da hierarquia - que define a obrigatoriedade dos gastos serem feitos primeiro com precatórios, depois dívidas previdenciárias, outras dívidas e por último com investimentos em parcerias público-privadas - deixaria a lei inconstitucional, já que é obrigatório o pagamento de precatórios antes de qualquer outra despesa. No total, os governadores terão mais R$ 21 bilhões para gastar. "Essa é uma lei muito importante. De um lado, preserva os depósitos judiciais, 30% dos valores ficam depositados, nunca pode reduzir. Se em algum momento reduzir 30%, os Estados têm 48 horas para recompor esses valores", disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. "Esse recurso é muito importante porque vai poder ser utilizado para pagamento de precatórios, previdência social, para pagamento de dívida, investimentos em PPP". A sanção da chamada emenda Serra era uma das reivindicações dos governadores e a presidente Dilma Rousseff pretendia anunciá-la durante a reunião da última quinta-feira. No entanto, os governadores queriam retirar a hierarquia da lei, abrindo caminho para que os recursos fossem gastos também com custeio, inclusive a folha de pagamento. Como a mudança não podia ser feita, a presidente deixou na mão dos governadores decidir o que devia ser feito. De acordo com Levy, dessa vez os governadores já chegaram a Brasília decididos a aceitar a lei como estava. "Nós entendemos que é melhor a sanção dessa forma porque dá segurança jurídica e, sem dúvida, vai melhorar o ambiente econômico nos diversos Estados da federação", disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. A lei prevê que os governos estaduais poderão usar até 70% dos recursos dos depósitos judiciais. Desses recursos, depois do pagamento de dívidas, os Estados poderão usar até 10% para investimento em um fundo para financiar parcerias público-privadas. Perguntado quando São Paulo poderia gastar, Geraldo Alckmin disse que o número exato só poderia sair quando a lei for sancionada. O Estado trabalha com estimativas, mas Alckmin afirmou não ter o número no momento. 

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