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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Gabrielli diz que não percebeu corrupção ao assumir Petrobras

Sexta, 27 de fevereiro de 2015


Ao assumir a Petrobras em 2005, José Sérgio Gabrielli (PT), não percebeu casos de corrupção na estatal. Em entrevista ao Bocão News, nesta quinta-feira (26), durante o velório do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Zézeu Ribeiro, o ex-presidente citado nas investigações da Operação Lava Jato, afirmou que não era possível perceber movimentações irregulares na atividade interna da estatal. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff disse que se casos suspeitos de corrupção na Petrobras tivessem sido investigados durante o governo Fernando Henrique Cardoso, já na década de 1990, o esquema descoberto pela operação Lava Jato não ocorreria. No entanto, passou despercebida pelo petista. Gabrielli explicou que as decisões perpassam por três mil gerentes que aprovam 60 assuntos por semana. “Não tem como saber. A Petrobras chegou a ter 240 mil contratos por ano, com três mil gerentes tomando decisões. A diretoria se reúne semanalmente e decide entre 50 e 60 assuntos, então são três mil assuntos por ano. A Petrobras é muito grande. Não é na atividade interna que se descobre a corrupção, é com investigação policial”, disse. Segundo o petista, os procedimentos internos da estatal foram certificados pela KPMG - consultoria que audita os balanços da companhia, de 2007 a 2011, e pela Price em 2012 e 2013. “E estavam tudo correto, tudo de acordo. E como se descobriu o caso da Lava Jato agora? Uma delação premiada, a partir de uma investigação criminal, é a policia que tem que investigar”, completou. Gabrielli ainda fez críticas à divulgação de informações na imprensa. Segundo ele, há uma distorção de valores que colocam os membros do partido como criminosos, sem provas. “Querem colocar que uma contribuição legal é ilegal. Isso é um absurdo. Eu sou contra o financiamento privado, porém hoje se permite. Se tem hoje uma empresa que financia o PT vira crime. Essa mesma empresa financiando outro partido vira coisa normal. Ser do PT é ser criminoso?”, indagou. Mesmo com a queda de credibilidade vivida ultimamente pela estatal, o ex-presidente acredita em sua recuperação a médio prazo. “A Petrobras é atualmente uma empresa no mundo que tem o maior potencial de desenvolvimento de produção. São 24 milhões de barris em reserva. Se ela não descobrir nenhum barril a mais ainda se tem uma produção por 24 anos. Tem que enfrentar um problema a curto prazo de financiamento da sua dívida porque em relação ao caixa é relativamente alta, mas com a manutenção dos preços da gasolina e do diesel ela vai conseguir recuperar os fundamentos da empresas. No petróleo ela está muito bem, na refinaria também, tem um mercado crescente, está reduzindo as importações. Não vejo problemas fundamentais na Petrobras”, defendeu. Sobre a convocação para depor na operação, Gabrielli disse que ainda não foi chamado, mas está tranquilo, já que será testemunha e não réu no processo.

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