martins em pauta

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014




Câmera de ônibus grava ataque que matou menina no Maranhão

Imagens foram divulgadas pelo site da revista 'Veja'.
Ana Clara, de 6 anos, morreu após coletivo ser incendiado.

Do G1, em São Paulo
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Imagens divulgadas nesta quarta-feira (8) pelo site da revista "Veja" mostram a gravação feita pela câmera de segurança do ônibus alvo de um ataque na sexta-feira (3) em São Luís, levando à morte da menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos.
O vídeo registra a ação dos bandidos, que renderam o motorista e incendiaram o veículo. As imagens confirmam o relato dos passageiros sobre a frieza da ação.
Na gravação, é possível ver que um dos bandidos entra no ônibus armado e dá ordens aos passageiros. Do lado de fora, comparsas ateiam fogo ao veículo enquanto os passageiros correm para sair.
A câmera registra o momento em que Ana Clara tenta sair do ônibus, mas é atingida pelo fogo na escada. Ela permanece presa na escada por alguns momentos, até que consegue sair do veículo, com o corpo ainda em chamas. A menina teve mais de 90% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos. O bisavô de Ana Clara morreu após sofrer um infarto ao receber a notícia de que a menina estava no ônibus incendiado.
Outras cinco pessoas ficaram feridas no ataque.
Vídeo do presídio
Na terça-feira (7), o jornal "Folha de S.Paulo" também divulgou imagens filmadas por prisioneiros da penitenciária de Pedrinhas que mostram atos de selvageria dos criminosos. Eles torturaram, mataram e decapitaram colegas de cela, no dia 17 de dezembro. Depois, comemoraram a barbárie.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o Brasil apure as recentes violações de direitos humanos e os atos de violência que ocorreram nos presídios do Maranhão, em especial no Complexo de Pedrinhas.
Em comentário sobre a situação, o Alto-Comissariado de Direitos Humanos da ONU expressou preocupação com imagens divulgadas pelo jornal "Folha de S.Paulo" que mostram presos decapitados dentro da penitenciária, localizada na capital São Luís.
"Pedimos às autoridades brasileiras que realizem imediata, imparcial e efetiva investigação dos eventos, para apurar e encontrar os responsáveis", disse o Alto-Comissariado da ONU. "Pedimos às autoridades que façam imediatamente ações buscando restaurar a ordem" no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, acrescentou o órgão.
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Cronologia Ataques Maranhão (Foto: Editoria de Arte/G1)
A assessoria do Alto-Comissariado de Direitos Humanos diz que não divulgou nota sobre o tema, apenas respondeu a um questionamento feito pelo jornal "Folha de S.Paulo" sobre a violência em Pedrinhas.
A ONU acrescentou que ficou "perturbada" com o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgado em dezembro de 2013, que apontou que, no ano passado, 59 presos foram mortos dentro desse presídio, devido a uma série de rebeliões e confrontos entre facções criminosas.
O Alto-Comissariado da ONU defendeu que o Brasil adote meios urgentes para pôr em prática operacionalmente o Sistema Nacional de Combate e Prevenção à Tortura, anunciado no ano passado.
No dia 30 de dezembro, após uma vistoria em Pedrinhas, um relatório feito pelo CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) expôs casos de desrespeito aos direitos humanos. Segundo o documento, estupros de mulheres parentes dos detentos estariam acontecendo durante as visitas à unidade prisional.
Onda de atentados
Após a divulgação do relatório do CNJ, o governo do Maranhão fez na sexta-feira (3) uma ação nos presídios, buscando diminuir as mortes e a violência. No mesmo dia, uma onda de ataques começou nas ruas: ônibus foram incendiados em São Luís e delegacias foram alvo de ataques na Região Metropolitana. O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, disse que os atentados foram ordenados por presos que estavam dentro do Complexo de Pedrinhas.
Na quinta-feira (2), outros dois presos foram encontrados mortos em Pedrinhas.
Para tentar ajudar o Maranhão, o governo federal ofereceu 25 vagas em presídios federais para transferir os chefes das facções criminosas que estão em Pedrinhas. Ao todo, 18 pessoas foram detidas entre domingo (5) e terça-feira, suspeitas de participação nos ataques a ônibus e delegacias da capital.
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