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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Aumenta-se a demanda por hemodiálise nos casos graves de Covid-19

Quinta, 02 de Julho de 2020



Novo coronavírus pode causar comprometimento dos rins, principalmente em pacientes dos grupos de risco, como diabéticos e hipertensos. Máquinas caras e importadas dificultam ampliação do atendimento.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), médicos acompanham um aumento da demanda por hemodiálise nas UTIs: a Covid-19 afeta os rins de parte dos doentes.

Mas apenas 8,75% dos municípios brasileiros têm equipamentos para o procedimento, segundo dados do Ministério da Saúde. Além da parcela significativa de cidades sem aparelhos, há também uma má distribuição deles: basicamente metade (47,5%) das 29.849 máquinas está no Sudeste.

A hemodiálise substitui os rins, retirando o sangue do paciente para purificá-lo e devolvê-lo ao organismo depois de filtrado. É uma técnica necessária quando o funcionamento renal está fortemente comprometido - passa a haver acúmulo de substâncias tóxicas no sangue e retenção de líquido no organismo.

Ainda não se sabe por que o novo coronavírus afeta particularmente os rins: pode ser uma ação direta no órgão ou uma consequência da infecção geral. Uma das hipóteses, inclusive, chega a citar o uso do ventilador mecânico.

As máquinas de hemodiálise são caras e importadas. Assim como no caso dos ventiladores mecânicos, o mundo passa a procurar as multinacionais que fabricam os equipamentos - e elas manifestam incapacidade de responder à demanda.Há também outros gargalos no Brasil: existe o temor de que faltem profissionais capacitados para operar os equipamentos de hemodiálise.

Além disso, o setor funciona basicamente com clínicas financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o número de pacientes crônicos que necessitam do procedimento saltou de 48 mil, em 2002, para mais de 133 mil, em 2018.

No entanto, a verba destinada à área não acompanhou o crescimento da demanda. Hoje a grande preocupação é justamente que esse tipo de procedimento só está disponível em apenas 9% das cidades do Brasil.

Ednei Silva

Professor, jornalista e escritor.
Fonte: Jornal da Cidade Online

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