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sexta-feira, 3 de julho de 2020

ARTIGO: O Robô vai roubar seu emprego?


Sexta, 03 de Julho de 2020

Foto: reprodução

Você tem que trabalhar, motivar a equipe e bater meta; brincar com os filhos, acompanhá-los nos estudos e como se comportam na escola; ao mesmo tempo tem que se dedicar aos pais idosos, lembrar dos amigos, estudar um segundo idioma, depois o terceiro. Fazer atividade física, perder peso e regularizar as taxas; cursar MBA e quem sabe tocar algum instrumento. Arranjar tempo para Yoga, meditação, almoçar mais em casa e dar mais atenção a família.

Quando você pensa que vai descansar, lê num post: “Trabalhe enquanto os outros dormem”; “Estude enquanto eles se divertem”e “Lute enquanto eles descansam”. Você pensa que não está fazendo o suficiente – É possível que não esteja mesmo. Mas antes de ter certeza é bom pensar onde você tem que fazer mais.

“Enfarte enquanto eles vivem”

Ninguém está dizendo que não devemos se dedicar com afinco. Mas é importante ver que trabalhar muito não significa obrigatoriamente produzir muito. Não adianta suar a camisa e não fazer gol.

Tão importante quanto o esforço é o descanso. Você sabia que na maioria dos países desenvolvidos o pessoal sai do trabalho às 17h ou 17h30 para aproveitar o resto do dia? A diferença é a qualidade do trabalho não a quantidade de horas. O que você precisa é de uma educação de qualidade que faça diferença na sua vida e na empresa onde trabalha. E tão importante quanto o que você faz é o que você não faz: Perder tempo que deveria ser dedicado ao trabalho com redes sociais, bate-papos no WhatsApp, passeios pela internet e pelos corredores – drenam sua produtividade. Agindo desta forma você nem consegue ter uma produção de qualidade nem uma diversão de qualidade.

Em 2018, visitei a sede do Google, Linkedin, Sales Force e diversas startups em San Francisco (Califórnia) e ví de perto como é o dia de expediente e o mais interessante é que ninguém entra naquelas salas de jogos. Muito pelo contrário – Inúmeras vezes almoçam na própria mesa de trabalho. Por falar nisso, a maioria das mesas são articuladas para que o colaborador possa trabalhar em pé. Com um apertar de botão a mesa se ergue e o foco é total nos 2 monitores à frente. Eles argumentam que a concentração é maior. Não tem facebook, nem instagram. Só curtem conversar se o assunto for relacionado ao trabalho.

No currículos certamente o que diferencia não é a capacidade de trabalhar 20 horas por dia – mas de trabalhar 20 horas em 8 – com a qualidade que muitos trabalhando a vida toda não entregariam.

Para vencer na vida temos que trabalhar duro. Nos primeiros anos da Aragão e em vários outros, também, cheguei a trabalhar 18 horas por dia. A média eram 12. Mas não conseguimos esse ritmo a vida toda. Sua diferenciação no mercado não pode ser na quantidade de horas e sim na qualidade e foco no trabalho até porque os robôs estão chegando e eles são 24/7. Aliás, já chegaram. Estão por toda parte fazendo serviços repetitivos e alguns de inteligência, também. Já ouviu falar no Watson da IBM? que substitui trabalhos realizados por advogados como fazer contratos, propostas e petições – além de análise preditiva, interpreta a informação, cria hipóteses, elabora conclusão e oferece resposta lógica – tudo em segundos. E tem mais. Muitas empresas já contam com um algoritmo em seu conselho para tomada de decisões principalmente sobre futuros investimentos. E tem muito mais. O cientista David Cope desenvolveu um algoritmo capaz de criar “músicas clássicas de Mozart” – você pode ouvi-las agora mesmo pelo Spotify (David Cope Virtual Mozart). É tão extensa as aplicações e consequências da Inteligência Artificial que voltamos com este assunto outro dia.

Viu? Você deve se especializar ontem, meu caro Jetson. Seja para sobreviver – inclusive no mercado de trabalho. Não interessa de quem é a culpa de você não ter recebido uma educação de qualidade – você é único responsável pelo seu futuro que já chegou. Procure hoje se diferenciar pela qualidade do seu trabalho pelo foco e pela disciplina – ou, na melhor das hipóteses, terá de trabalhar enquanto eles lêem este artigo.

Marcus Aragão


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