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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Celular de chefe da GDE tinha ameaças a autoridades cearenses

Sexta, 03 de Janeiro de 2020


Os secretários da Segurança, André Costa, e de Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque eram alguns dos alvos de "salves". Mensagens foram descobertas nas apurações da Operação Reino de Aragão.

A Polícia Federal (PF) e o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), encontraram, em um aparelho celular que estava na posse de Ednal Braz da Silva, o 'Siciliano' - apontado como líder da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) - ameaças a autoridades do Ceará. As apurações resultaram na deflagração da Operação Reino de Aragão, no último dia 18 de dezembro.

A reportagem apurou, com uma fonte ligada à Operação, que as ameaças de atentados e até morte se destinavam aos secretários da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, e da Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque; e a outras autoridades, como o diretor de um presídio localizado em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

'Siciliano' já estava detido em uma unidade penitenciária estadual de Pernambuco, em Limoeiro, onde conseguia acesso a aparelhos celulares, segundo os investigadores cearenses. O preso também tramava a fuga do presídio e ataques criminosos no Ceará, que também estavam descritos no celular.

Os planos criminosos seriam espalhados a partir de 'salves' (mensagens de ordem) para outros membros da GDE, nas redes sociais. Mas o compartilhamento foi evitado com a Operação Torre, em setembro de 2019, e o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão contra 'Siciliano', no presídio de Pernambuco.

Com o aprofundamento das investigações, análise do material apreendido e acesso aos aparelhos celulares subtraídos na Operação Torre, a PF e o Gaeco chegaram aos planos criminosos e deflagraram também a ação policial 'Reino de Aragão', quando cumpriram um novo mandado de prisão preventiva contra 'Siciliano', desta vez no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para onde ele foi transferido no dia 27 de setembro do ano passado para não ter mais comunicação com os comparsas. A Secretaria da Segurança Pública e a Secretaria de Administração Penitenciária foram procuradas através da assessoria de imprensa, mas não se manifestaram, até o fechamento desta edição, sobre as ameaças descobertas nas investigações da Polícia Federal e do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas do MPCE.

Atuação

De acordo com os investigadores, Ednal Braz da Silva é paraibano, tem 45 anos e se notabilizou, nos anos 2000, por ataques a instituições financeiras. Ao ser levado para um presídio federal, ele teve contato com o cearense Francisco de Assis Fernandes da Silva, o 'Barrinha' ou 'Guardião', e a dupla decidiu instalar uma facção criminosa no Ceará.

Mesmo a distância, 'Siciliano' cumpria o papel de liderança na GDE e orquestrava crimes no Ceará, segundo a PF e o Gaeco.

Ele é suspeito de ordenar ataques às torres de transmissão de energia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em Fortaleza e Maracanaú, em abril de 2019, o que foi alvo da Operação Torre; e também de ordenar crimes contra instituições públicas e privadas, na onda de ataques registrada no Ceará em setembro último, com mais de 100 ocorrências, o que foi combatido com a Operação Reino de Aragão.


(Diário do Nordeste)

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