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segunda-feira, 4 de março de 2019

Guaidó anuncia retorno à Venezuela e convoca novos protestos

Segunda, 04 de Março de 2019



Em viagem ao Equador, o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó anunciou, neste sábado, que deve voltar para seu país entre segunda e terça-feira. Guaidó afirmou ainda que vai convocar novos protestos para a próxima semana.

“Anuncio meu regresso do Equador, país irmão, que hoje também reinicia relações produtivas entre nossos povos, para enfrentar não apenas a crise migratória, mas também o flagelo da corrupção”, disse Guaidó à imprensa após se reunir com o presidente equatoriano Lenin Moreno.

Guaidó, líder da oposição que em 23 de janeiro se proclamou presidente interino com apoio da Assembleia Nacional, deixou a Venezuela no último dia 22, após a Justiça ter proibido sua saída, para apoiar uma ação de ajuda humanitária ao seu país.

Segundo agenda oficial divulgada para a imprensa, Guaidó planeja deixar o Equador ainda na manhã deste domingo. O lider opositor disse, no início desta semana, que voltaria “o mais tardar” para a Venezuela, onde a incerteza sobre se ele será preso para contornar a proibição de sair do país é mantida.

“Volto na segunda-feira e terça-feira, embora também seja carnaval na Venezuela. Hoje temos pouco a comemorar e muito a fazer. Vamos convocar protestos”, acrescentou.

Guaidó chegou na tarde sábado ao Equador para se reunir com Moreno, que expressou seu apoio a uma “profunda transformação” na Venezuela.

“Estaremos atentos às coordenadas que marcam o povo venezuelano e você, como seu líder, como o líder desta cruzada de profunda transformação de que precisa o povo venezuelano”, disse Moreno.

Depois de visitar também a Colômbia, o Brasil, o Paraguai e a Argentina, Guaidó disse que “pronunciamentos de presidentes amigos reconhecendo a luta dos venezuelanos são muito importantes” para o país.

Ele viajou para a cidade equatoriana de Salinas acompanhado por sua esposa, Fabiana Rosales, e o embaixador nomeado para Quito, René De Sola. Durante sua visita, Guaidó caminhou com Moreno ao longo de um calçadão, onde tirou fotos com algumas pessoas que também passeavam ali.

Ajuda e liberdade

O presidente equatoriano espera que venham “dias melhores” para a Venezuela, de onde saíram 2,7 milhões de pessoas desde 2015, quando se iniciou a crise política e econômica, segundo a ONU.

“Estamos dispostos a nos tornarmos aqueles que ajudarão a fazer com que a liberdade e a democracia finalmente voltem à Venezuela”, disse Moreno, cujo país é junto com a Colômbia e o Peru um dos principais receptores de imigrantes venezuelanos. Quito calcula que cerca de 250 mil pessoas dessa nacionalidade vivem em território equatoriano.

Guaidó disse que, no âmbito de sua visita à região, também foi convidado para o Chile em 22 de março.

“Nesta muito importante turnê que fizemos para os países irmãos da América do Sul, não viemos apenas pedir ajuda”, mas “também em busca de liberdade, democracia e uma ordem de prosperidade e progresso para a Venezuela”, disse Guaidó em sua chegada no Equador.

Moreno, que inicialmente defendeu o diálogo na Venezuela como um mecanismo para resolver a crise, considerou o país agora um “Estado falido”: “Esse Estado falido, completamente falido, não deve ir mais longe”, disse Moreno, referindo-se ao governo de Nicolás Maduro. “Estamos no caminho para sair deste abismo em que tinha colocado esse chamado socialismo do século XXI”, disse ele.

O Globo

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