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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Parlamento venezuelano declara Maduro culpado pela crise no país

Quinta, 15 de Dezembro de 2016 

Foto: Ismael Francisco / Cubadebate

A Assembleia Nacional da Venezuela, cuja maioria é contrária ao governo atual, declarou nesta quarta-feira (13) a responsabilidade política do presidente Nicolás Maduro pela "grave" ruptura da Constituição, a violação dos direitos humanos e, principalmente, pela crise econômica e política que assola o país. Segundo a Agência ANSA, o Parlamento deve dar início uma audiência preliminar sobre o assunto devido aos "feitos puníveis" que Maduro realizou durante sua gestão e avançar mais uma vez na questão da sua renúncia e da convocação de novas eleições presidenciais. A decisão, no entanto, não tem capacidade real de tirar o presidente do cargo. "Não nos resta a menor dúvida de que o presidente Maduro tem responsabilidade política", afirmou o líder do Parlamento, Henry Ramos Allup. Durante discurso, Allup destacou que é um dever da pátria querer se livrar "desses delinquentes que estão acabando com a Venezuela de maneira constitucional, pacífica, eleitoral e democrática" e que "quanto mais [tempo] o governo permanecer, muito pior ficará a situação do país", já que, segundo ele, "é necessário votar para comer". Mesmo tendo sido aprovada por unanimidade pelos deputados de oposição, a bancada chavista, que apoia Maduro, saiu do plenário em protesto contra a votação, afirmando que retomar o processo contra o mandatário é "um golpe de Estado". "Hoje a Assembleia Nacional deu um passo em falso e iniciou um golpe de Estado na Venezuela", afirmou o chefe do governo no Parlamento, Héctor Rodríguez, que também acusou os deputados da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), que representa a maioria da Casa, de querer aplicar manobras que não existem na Constituição do país, nas leis e nem no regulamento da Câmara para tirar Maduro do poder. O julgamento político de Maduro voltou a ser debatido no Parlamento logo após uma breve pausa, graças aos diálogos entre governo e oposição, com a mediação do Vaticano, mas que foram interrompidos unilateralmente pela MUD, que acusou o presidente de não cumprir com os pactos alcançados. A declaração da Câmara também se deu apenas dois dias após a retirada de circulação, no último domingo (11), de todas as notas de 100 bolívares, ordenada por Maduro para enfrentar supostas máfias colombianas que estariam armazenando as cédulas para desestabilizar a economia venezuelana.

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