Sábado, 08 de novembro de 2025
O medo tomou conta da comunidade do Jacarezal, em Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza, onde cerca de 30 famílias abandonaram suas casas às pressas após receberem ameaças de facções criminosas. A vila, que antes era um espaço de convivência e comércio local, hoje se tornou um cenário desolado, com portas trancadas, móveis deixados para trás e pichações parcialmente cobertas nas paredes.
A disputa pelo controle da área envolveu três grupos: o Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando Puro (TCP) e a facção cearense Guardiões do Estado (GDE). Segundo relatos, a escalada de violência começou em setembro, quando o CV tomou o território antes dominado pela GDE. Em resposta, esta se aliou ao TCP, o que provocou novos confrontos armados, ações policiais e a morte de um morador que se recusou a obedecer às ordens de saída.
Moradores de bairros próximos relatam viver sob tensão constante.
“Tem gente que vem pegar suas coisas e não consegue”, disse um morador sob anonimato.
Outro afirmou:
“A polícia só aparece quando tem cadáver. A gente vive com o coração na mão”.
O clima de insegurança fez com que até mesmo o trânsito na região fosse limitado, com restrições de circulação impostas informalmente pelos criminosos.
Casos como o de Pacatuba não são isolados. Desde 2015, o Ceará enfrenta um aumento nas expulsões forçadas por facções, fenômeno que já atingiu centenas de famílias em Fortaleza e no interior. Entre 2017 e 2018, o estado registrou recordes de homicídios — 5.133 e 4.518, respectivamente —, refletindo o auge da disputa territorial entre grupos criminosos.
Esse é retrato de um estado governador pelo PT.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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