Sexta, 07 de novembro de 2025
Fundada em 1944 e sediada em Santa Rosa, no Noroeste gaúcho, a companhia já havia ingressado em recuperação judicial em 2021. No processo atual, a Vier declarou possuir dívidas que somam R$ 49,743 milhões, frente a um patrimônio de apenas R$ 11,884 milhões. A decisão, assinada pelo juiz Eduardo Savio Busanello, também determinou o lacramento das instalações da empresa.
Em sua sentença, o magistrado destacou os fatores que levaram ao colapso da indústria. Entre as causas apontadas estão a escassez de matéria-prima provocada pela expansão da monocultura da soja, o aumento expressivo dos custos de insumos e de transporte das filiais localizadas em Rio Negrinho (SC) e São Mateus do Sul (PR), além da necessidade de novos financiamentos e problemas de saúde do sócio-administrador — ocorrido em 1998 e que culminou com seu falecimento em 2020. Um incêndio registrado na sede, em dezembro de 2012, também foi mencionado como um marco no agravamento da crise.
A Justiça nomeou a empresa Estevez Guarda como administradora judicial da massa falida. Um dos principais ativos da Vier é sua marca, arrendada atualmente à empresa Rei Verde, de Erechim. Segundo a decisão, o foco agora é preservar o valor da marca e agilizar a venda do patrimônio, com o objetivo de atender os credores de forma mais eficiente.
Apesar do encerramento das operações, o impacto sobre o mercado regional tende a ser limitado. Dados do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate) indicam que o Rio Grande do Sul abriga aproximadamente 240 processadoras em atividade, responsáveis por mais de 1,5 mil marcas diferentes, o que garante a continuidade da oferta e a estabilidade do setor.

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